Não é a primeira e nem segunda vez que o apresentador da Rede TV!, Sikêra Jr comete crime de LGBTfobia no ar em seu programa Alerta Nacional. Em uma das vezes, ele já chegou a ser condenado pela Justiça a pagar indenização de R$ 30 mil reais à vítima.
Já que nada parece fazê-lo entender de seus atos, agora, três ONGs que tratam da defesa dos direitos e garantias da população LGBT ajuizaram, na última quinta-feira (8), uma Ação Civil Pública contra o apresentador do programa Alerta Nacional da Rede TV!, Sikêra Jr, por homofobia.
É curioso que a Rede TV! pague um de seus maiores salários a um apresentador que profere constantemente crimes de discriminação no ar diariamente.
A ação, ajuizada pelas ONGs ‘Associação de Travestis, Transexuais e Transgêneros do Amazonas – ASSOTRAM‘, ‘Manifesta LGBT‘, de Manaus, (AM) e ‘Aliança Nacional LGBTI+‘, tramita na 14ª Vara Cível de Manaus e tem dois pedidos principais.
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O primeiro é que o apresentador seja proibido de proferir discursos de ódio que afetem a honra, imagem e dignidade de membros da comunidade LGBT, durante todo o curso da Ação Civil Pública, além de pagamento de multa no valor de R$ 10 mil, cada vez que violar a determinação.
O segundo pedido é que, ao fim do processo, caso o juiz julgue a Ação procedente, Sikêra Jr seja condenado a pagar indenização no valor de R$ 300 mil por danos morais coletivos à comunidade LGBT.
De acordo com o representante das ONGs, o advogado Guilherme Honorato, a medida foi tomada após reiterados episódios de homofobia protagonizados pelo apresentador nos programas comandados por ele.
“Na ação juntamos diversos vídeos com passagens do programa dele onde se refere à LGBTs como ‘bandidos’, ‘castigo de Deus’, ‘raça do satanás’ e ‘vergonha’”, enumera.
Na opinião de Honorato, o objetivo da conduta de Sikêra parece ser fazer o telespectador acreditar que os membros da comunidade LGBT são potenciais criminosos ou pessoas violentas, fato que não encontra respaldo na realidade.
“Ele constantemente noticia crimes nos quais os autores foram pessoas LGBTs e enfatiza a sexualidade dos criminosos, fazendo o telespectador acreditar que existe alguma relação entre a sexualidade e/ou identidade de gênero com o crime cometido, quando na realidade não há relação alguma”, explica o advogado.
Na ação, Honorato justifica que “toda esta narrativa contribui para a construção de um ‘inimigo em comum’, posto que o apresentador deturpa e manipula os valores e pautas dos membros da comunidade LGBT (que nada requerem além de igual reconhecimento perante as instituições civis e políticas)”.
Junto a Sikêra Jr, também figuram como réus no processo a Televisão A Crítica Limitada, de Manaus, e a Rede TV de São Paulo, emissoras que transmitem o programa Alerta Nacional e que, na visão do advogado, são coniventes com o discurso de ódio proferido pelo apresentador.
Em agosto, Sikêra Jr foi condenado pela Justiça de São Paulo a pagar R$ 30 mil em indenização à modelo transexual Viviany Beleboni. Em seu programa o apresentador vinculou a imagem da artista a um crime cometido por um casal de lésbicas.
Fonte: Põe na roda