No último sábado, uma mulher de 30 anos foi estuprada por 12 homens em um matagal em Itatiba, no interior de São Paulo. Foi feito um chamado pelas autoridades, que prestaram socorro à vítima, mas nenhum homem foi preso ou identificado até agora.
No penúltimo domingo (18), uma menina de 11 anos de idade foi estuprada por um grupo de 4 adolescentes de 12 e 13 anos de idade no bairro de Novo Tupi, em Belo Horizonte. Um homem de 23 anos filmou o crime e divulgou nas redes sociais. Os pais identificaram a menina pelo vídeo. A criança tentou pedir socorro, mas um dos meninos tampou sua boca. – Djonga recusa show organizado por acusado de estupro coletivo: ‘Melhor perder dinheiro que a dignidade’
Violência sexual não é caso isolado: em 2018, 66 mil mulheres foram vítimas de violência sexual no país. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, um estupro acontece no Brasil a cada 11 segundos
Nas últimas semanas, a contratação de Robinho pelo Santos Futebol Clube gerou polêmica. O ex-ponta da Seleção Brasileira foi condenado por estupro coletivo em 2017 por um tribunal de primeira instância na Itália. Robinho e mais cinco colegas estupraram uma jovem albanesa desacordada em uma boate em Milão. – A indefensável defesa de Robinho de volta ao Santos após condenação por estupro; relembre o caso Em maio de 2016, o Brasil entrou em choque com o caso de estupro coletivo em que uma jovem carioca de 16 anos foi estuprada por mais de 30 homens após um baile funk no Rio de Janeiro. A vítima teve de mudar de nome e de cidade para conseguir sobreviver. Dos 30 envolvidos, apenas 2 foram presos pela Polícia Civil. Dois estão foragidos. Um adolescente foi detido. Ninguém sabia quem eram os outros 25?
Segundo Tribunal de Milão, Robinho participou de estupro coletivo em Milão. Caso não é isolado
Todos esses casos de estupro coletiva mostram que o estupro coletivo não é uma atrocidade rara; trata-se de uma forma comum pela qual a masculinidade opera. Quando falamos de cultura de estupro, não estamos falando sobre somente o processo ideológico patriarcal que forma esse estado de constante medo em que a mulher vive; falamos da forma como os homens validam entre si a violência sexual. “A menina que é estuprada, ela é estuprada por ser mulher, porque o estuprador projeta ali o corpo de uma mulher. Se ele pode fazer isso com uma mulher adulta, ele vai fazer com uma menina”, explicou, em 2017, a especialista em gênero Viviana Santiago, da ONG Plan International Brasil. – Vítima de estupro coletivo desfila em semana de moda do Paquistão “Essa masculinidade é amparada por outros homens. Ele quer essa aprovação e sabe que vai ter. A cultura do estupro legitima essa prática como natural. Os estupros, a violência sexual contra meninas e mulheres são sintomas de uma sociedade adoecida, a sociedade da desigualdade de gênero, da subalternização, da materialização da vida e dos corpos”, conclui a especialsita.
Fonte: Hypeness