Estudos recentes mostraram que a pornografia pode ser a causa de diversas disfunções sexuais e o consumo exagerado deste conteúdo durante o confinamento na quarentena começa a mostrar seus efeitos com vários terapeutas sexuais afirmando que suas agendas estão mais disputadas do que antes.
A pornografia existe desde sempre, e é registrada ao longo da história, obviamente evoluindo a cada meio de comunicação que é inserido na nossa cultura. Temos como exemplo, centenas de afrescos e esculturas mais ousadas que foram encontradas em ruínas do Monte Vesúvio de Pompéia.
Mas a questão atual é que o uso da pornografia tem crescido de forma gigantesca com o advento da internet. O site Pornhub, maior referência na área, recebe 120 milhões de visitas diárias e essas estatísticas chegaram a ser quase 20% maiores no período de confinamento.
Mas, quais as repercussões neurológicas podem acontecer ao consumir todas essas pérolas cinematográficas nas quais um simples problema de encanamento ou entrega de pizza pode virar uma orgia?
O hipnoterapeuta Guilherme Alves é especialista em sexualidade afirma que o excesso de pornografia pode ser a causa de diversas disfunções, problemas emocionais e psicológicos. “Em excesso, a pornografia pode criar disfunções sexuais, especialmente quanto à incapacidade de alcançar a ereção ou o orgasmo com um parceiro da vida real. A qualidade de uma relação amorosa e o compromisso com o parceiro romântico também podem ficar comprometidos.” afirma.
De forma mais técnica, o hipnoterapeuta explica que o cérebro está ligado para responder à estimulação sexual com picos de dopamina que é um neurotransmissor, mais frequentemente associado à antecipação de recompensas e que também age para programar suas memórias e informações no cérebro. Esta adaptação significa que quando o corpo necessita de algo que gere prazer, o cérebro se lembra de onde voltar para experimentar aquela sensação.
“Só que, ao invés de buscar um parceiro para satisfação sexual, os usuários muito acostumados com os vídeos, por instinto, vão correr pros telefones ou laptops pois sabem que lá existirá a recompensa. Além disso, recompensa e prazer que são muito fortes costumam gerar um grau de costume mais intenso no cérebro da mesma forma que uma droga age gerando vício” afirma.
De acordo com Guilherme, cenas pornográficas, assim como algumas drogas, são hiper-estimulantes que levam a níveis elevados de secreção de dopamina e isto pode danificar o sistema de recompensa do neurotransmissor e deixá-lo sem responder a fontes naturais de prazer. É por isso que os usuários começam a sentir dificuldade em conseguir excitação com um parceiro físico.
Fonte: Põe na roda