Que a máscara de proteção facial se tornou um acessório indispensável na rotina dos brasileiros, não há nenhuma dúvida. No entanto, ainda existem questionamentos sobre a eficácia de alguns tecidos contra o novo coronavírus. De acordo com a infectologista Ana Helena Germoglio, do Hospital de Águas Claras, o melhor deles é o algodão.
Esse material atua como uma barreira mais eficiente contra o vírus por não apresentar furos na costura, além de serem fáceis de confeccionar e lavar. A presença de ao menos duas camadas do pano protege a região do nariz e da boca de ter contato com a doença. Além do mais, é agradável no toque com a pele.
“Não é o momento de pensar em nada além da segurança. A máscara não é para ser bonita, é para ser segura. Ela, por si só, já é feia, mas é um adorno que teremos que utilizar por muito tempo”, ressalta a médica.
Recentemente, o Metrópoles explicou sobre os riscos das máscaras de tricô, como as utilizadas pela influenciadora Fabiana Justus.
“O fato é que quanto mais aberto o tecido, menos proteção e maior o risco de transmissão da Covid-19”, salienta. Nesse caso, vale se atentar, também, para as máscaras feitas de paetê. Popular em vestidos e bolsas, esse tecido também não é totalmente seguro. O grande imbróglio é a limpeza do material que, por ser mais sensível e delicado, tende a não ser higienizado corretamente.
“Pouco provável que se lave do jeito certo, porque pode estragar. Está havendo uma inversão de valores. Não é o momento de preocupação estética e, sim, de pensar no quanto protege da doença”, ressalta a médica.
Segundo Ana Helena, a máscara deve ser lavada primeiro com água corrente e sabão neutro. Depois, deve ser colocada de molho de 20 a 30 minutos em solução composta por água potável e água sanitária. Para cada 500ml de água potável, coloque 10ml de água sanitária, o equivalente a uma colher de chá.
Por fim, enxague bem para retirar todos os resíduos de produtos. Após a lavagem, a máscara precisa secar ao sol e ser passada com ferro quente. O Metrópoles já mostrou como lavar a proteção no banho e na máquina lava-roupas.
Além disso, a depender do tecido que esteja por trás do paetê, a função de barreira pode ser reduzida. Por ter várias costuras no tecido, a chance de haver pequenos furos é maior, além de não serem de dupla face.
Gola embutida
Sucesso em e-commerces internacionais, as máscaras embutidas na gola da blusa são outro modelo a evitar. Como o tricô e o paetê, não oferecem proteção adequada por não terem dupla face, além de não poderem ser trocadas periodicamente. “Como uma pessoa que foi trabalhar com a máscara embutida vai trocar ou retirar para comer sem tocar na parte da frente?”, questiona Ana. Outro detalhe: o tempo máximo de uso ao longo do dia é de três horas, ou até o momento em que a proteção esteja úmida.
A remoção das proteções do rosto, independente do tipo, deve ser feita pelo elástico ao redor das orelhas. É contraindicado o toque na parte frontal da máscara, porque é a parte de contato direto com o vírus. Caso ocorra o toque, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda a higienização imediata das mãos com água e sabonete ou álcool 70%.
Por fim, a máscara embutida interfere no posicionamento da máscara. O ideal é que o acessório contorne o rosto e seja ajustada ao formato do rosto. Sem isso, surgem brechas que facilitam a contaminação com o vírus, já que a região do nariz e boca não está vedada.
Fonte: Metrópoles