“Sem cena, tá? A gente te avisou da outra vez”. A frase de intimidação foi dita por um dos homens que agrediram João Alberto Silveira Freitas, 40 anos, na última quinta-feira (19/11), véspera do Dia da Consciência Negra. É o que mostram imagens divulgadas pelo site GaúchaZH. João Beto não resistiu a quase 5 minutos de agressões e faleceu.
Dois seguranças, Magno Braz Borges e Giovane Gaspar da Silva, foram presos em flagrante. O homem, que fala a frase, aparece falando com João, enquanto Magno e Giovane imobilizam a vítima. O nome desse terceiro agressor ainda não é conhecido, segundo o G1.
Vídeo divugados mostra ainda que ao menos 15 pessoas assistiram à cena. A polícia investiga se outras pessoas, além dos seguranças, têm responsabilidade, por assistiram “passivamente”.
Segundo a Polícia, os seguranças ficaram por cerca de cinco minutos pressionando Beto no chão. A causa provável da morte é asfixia, conforme laudo preliminar do Instituto Geral de Perícias.
A Polícia investiga o crime, que até então é classificado de homicídio triplamente qualificado.
Defesa fala em ataque cardíaco
A defesa do policial militar Giovane Gaspar da Silva nega a intenção de matar João Beto ou motivação racista e levanta a hipótese de que a vítima pode ter morrido em decorrência de um ataque cardíaco, segundo informa a Folha de S.Paulo.
“A perícia também traz como provável causa um ataque cardíaco. Suspeita-se também que o senhor João Alberto estaria sob efeitos de entorpecentes tamanha a força que ele tinha no momento. Ele também tinha os olhos soltados e a íris expandida”, diz o advogado de defesa, David Leal.
Leal também afirma que o seu cliente também não teve a intenção de matar João Alberto e não agiu de forma por racismo.
“O meu cliente não teve a intenção de matar. Ele não agiu por nenhum ato racista. Ele, inclusive, tem parentes negros, o pai dele é pardo, e não tem de forma alguma qualquer preconceito quanto a isso. O Brasil é um país que é preconceituoso, com toda certeza. Existe racismo, mas, analisando, concretamente, o fato não tem nada a ver com isso”, diz Leal.
Fonte: Metrópoles