O ex-diretor Marcius Melhem se defendeu das acusações de assédio sexual e moral feitas por funconárias da Globo, incluindo a humorista Dani Calabresa. Em entrevista ao Uol, ele admitiu ter sido um “homem tóxico, um marido péssimo, uma pessoa que cometeu excessos ao se relacionar com pessoas do seu próprio ambiente de trabalho”. No entanto, garantiu que nunca praticou nenhum tipo de violência contra suas colegas.
“Embora confesse os meus excessos, eu jamais tive alguma relação que não fosse consensual e jamais pratiquei algum ato de violência com quem quer que seja na minha vida”, disse.
Melhem pretende entrar com uma ação na Justiça contra a advogada Mayra Cotta para que ela prove as acusações de assédio sexual contra ele. Foi Mayra que representou seis denunciantes em uma entrevista concedida a Mônica Bergamo, da Folha, e citada na reportagem da Piauí, publicada na sexta-feira (4/12). A revista ouviu 43 pessoas e revelou detalhes sórdidos dos abusos, gerando revolta nas redes sociais e uma onda de apoio às vítimas.
“Com uma das mãos, ele imobilizou os braços da atriz. Com a outra, puxou a cabeça dela para forçar um beijo. Assustada, Calabresa cerrou os lábios e virou o pescoço, mas Melhem conseguiu lamber o rosto dela. Em seguida, tirou o pênis para fora da calça. Enquanto a atriz tentava soltar os braços e escapar da situação, acabou encostando mão e quadris no pênis de Melhem”, detalha a Piauí.
Ao ser questionado sobre o episódio, ele contesta o relato da atriz, sem dar detalhes do que teria ocorrido. “Eu não vou contar. O que eu posso dizer é que aquilo que aconteceu naquela festa, aquela narrativa [apresentada na Piauí] é completamente fantasiosa, irreal”, disse. “Eu e ela sabemos que não aconteceu.”
Ele ainda insinuou ter provas de que teve uma relação íntima e consensual com Dani. “Eu tenho, assim como ela tem, toda a comunicação que tivemos em todos esses anos”, afirma. “Uma semana depois daquela festa, que eu teria feito aquilo, aquele absurdo, a Dani me convida para ir à Disney, eu e minhas filhas.”
Sobre as acusações de assédio moral, Melhem admitiu ter errado com os funcionários, por enxergá-los como amigos. Hoje, ele considera isso um “erro”. “Mas nunca inibi, coagi, demiti, persegui. Isso não existe. Não existe um relato de ‘se você não fizer isso, eu não te dou aquilo’. Isso não existe.”
Apesar da mea-culpa, ele alega que algumas das acusações são tentativas de vingança. “Eu acredito que tenham pessoas que eu genuinamente feri, que genuinamente eu magoei. Que eu gostaria muito de saber quem são. E se isso aconteceu, realmente, que eu acredito que aconteceu, me desculpar, reparar e assumir responsabilidade. Quero assumir responsabilidade por qualquer coisa que eu tenha feito”, diz. “Mas existem nesse grupo processos de vingança contra mim.”
Fonte: Metrópoles