Um estudo feito com 45.064 pacientes no Canadá revelou que mulheres estão mais propensas a morrer cinco anos após sofrer um infarto. A maior taxa de mortalidade no período é 20% mais alta para elas do que para os homens, de acordo com os dados do trabalho. A pesquisa foi feita pela Universidade de Alberta e publicada na revista especializada Circulation.
A pesquisa baseou-se em participantes que precisaram ser hospitalizados após o primeiro ataque cardíaco. Os pacientes foram acompanhados por seis anos.
Os ataques cardíacos vêm em duas formas: uma com risco de vida, chamada infarto do miocárdio, com elevação do segmento ST, ou STEMI, e outra versão menos grave, chamada sem STEMI, que é mais comum. No trabalho, a equipe descobriu que o desenvolvimento de insuficiência cardíaca após um STEMI ou não STEMI é maior para as mulheres do que para os homens.
As mulheres do estudo apresentaram 9,4% mais probabilidade de morrer no hospital após um STEMI e 4,5% de falecer após um não STEMI. No caso dos homens, essas taxas foram de 4,7% e 2,9%, respectivamente. Após a alta, as mulheres representaram mais casos de insuficiência cardíaca após STEMI (22,5% das mulheres e 14,9% dos homens) bem como após não STEMI (23,2% em mulheres e 15,7% dos homens).
Os pesquisadores descobriram, ainda, que as mulheres recebiam tratamentos inferiores aos dos homens, com menos cirurgias, consultas especializadas e medicamentos, por exemplo. A amostra feminina era, em média, 10 anos mais velha que a dos homens (com idade média de 72, em comparação com 61). Por isso, elas apresentaram mais chances de ter doenças como fibrilação atrial, doença pulmonar obstrutiva crônica, diabetes e pressão alta, segundo os pesquisadores.
Apesar disso, apenas 72,8% das mulheres foram atendidas por especialistas cardiovasculares. Cerca de 84% dos homens receberam atendimento especializado.
Identificar quando e como as mulheres podem ter maior risco de insuficiência após um ataque cardíaco pode ajudar os provedores a desenvolver abordagens mais eficazes para a prevenção, segundo o cardiologista Justin Ezekowitz, autor do artigo.
Fonte: Metrópoles