Dar vida em um filme a um personagem real é sempre um desafio. Imagine quando se trata de um criminoso. A atriz Carla Diaz viveu a experiência ao interpretar Suzane von Richthofen, mandante do homicídio dos próprios pais Mandred Albert e Marísia em outubro de 2002. “Tive que me isentar do julgamento pessoal sobre um crime tão cruel”, conta a artista durante painel realizado neste sábado (5/12) na CCXP Worlds para divulgar os longas A menina que matou os pais e O menino que matou meus pais, que retratam dois pontos de vistas sobre o Caso Richthofen.
A dificuldade por trás do trabalho foi o que a motivou a participar do projeto. “Eu sabia que ia ser um desafio desde o momento em que aceitei fazer o teste. Sabia que tinha em mãos um personagem que iria me instigar artisticamente. Então mergulhei profundamente no processo de preparação. Foi uma busca grande e intensa de referências, não só na literatura e no livro da Ilana (Casoy), mas também no cinema. Tive que me distanciar do caso real”, explica.
Ela diz que outro desafio foi filmar a produção em dois formatos. A mesma história ganhou dois longas-metragens diferentes com os mesmos diretores, roteiristas e elenco, uma ideia da Galeria Distribuidora a partir dos roteiros escritos por Raphael Montes e Ilana Casoy, que fazem parcerias em livros, séries, e, agora, em filmes. A dupla é responsável pelo sucesso recente da Netflix, a série Bom dia, Verônica, que já garantiu uma segunda temporada.
“Primeiramente a gente imaginou um filme só. Depois a distribuidora propôs a divisão em dois filmes”, revela Ilana, criminóloga que participou das investigações e escreveu Casos de família: Arquivos Richthofen e Arquivos Nardoni, de 2016.
A partir daí, houve um trabalho da dupla em escrever dois roteiros diferentes, buscando uma curva dramática diferente em cada um deles. “Já era uma divisão de trabalho, mas virou uma multiplicação de trabalho. Originalmente a gente tinha pensando em um único filme com as duas versões (do crime). Depois, com a mudança para dois, tivemos que criar curvas dramáticas diferentes”, acrescenta Montes.
A menina que matou os pais e O menino que matou meus pais teriam estreado nos cinemas brasileiros em 19 de março. Desde então, as produções continuam sem previsão de lançamento nas salas. De Mauricio Eça, as obras narram diferentes versões do crime. Em um sob o ponto de vista de Suzana, no outro pelos olhos do ex-namorado dela, Daniel Cravinhos, que matou, com ajuda do irmão Cristian, os pais de Suzane.
Fonte: Correio Braziliense