Um estudante de direito da cidade de General Salgado (SP), distante 548 km da capital São Paulo, demonstrou as expectativas para ser vacinado contra a covid-19 ao resolver tatuar o braço no local onde gostaria de receber a CoronaVac, o imunizante desenvolvido pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.
Noriel Henrique Ramos, de 26 anos, contou ao Correio que fez a tatuagem no domingo, (24/1), com a intenção de incentivar a população a tomar a vacina. “Essa foi minha primeira e última tatuagem”, comentou, sorrindo. “Resolvi fazer após minha mãe testar positivo para a covid-19, em dezembro. Fiquei preocupado, a gente vê pessoas morrendo e tive medo de perder minha mãe, mas, graças a Deus, ela já está bem”, comentou. “Então, não precisa ter medo da vacina e pode confiar”, finalizou.
O estudante conta que a mãe, Ademarcia Ferreira Ramos, de 43 anos, sentiu febre, dor de garganta, dor de cabeça e teve os rins atacados durante a doença, mas não precisou ser hospitalizada. Ao saber da tatuagem que o filho fez para incentivar a vacinação, ela se emocionou. “Ela chorou porque sabe o quanto a amo”.
Noriel registrou o momento que marcou o lugar da vacina nas redes sociais. No vídeo, o tatuador marca a frase: “Butantan, vacine aqui” na pele do estudante ao som do hit do MC Fioti, Bum bum tam tam.
“Já pensou se for outra vacina?”, brinca sobre a possibilidade de não receber a CoronaVac, já que o Brasil, até o momento, está imunizando a população também com a vacina desenvolvida pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford, que será produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). “Mas o que vale é a intenção, né?”, diz.
Vacinação no Brasil
O Brasil tem até agora 12,8 milhões de doses de vacina para enfrentar a pandemia. O Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, publicado em dezembro pelo governo, estabelece que a primeira fase da campanha de vacinação no país deve ter como população-alvo trabalhadores da saúde, pessoas de 75 anos ou mais, pessoas com mais de 60 anos que estejam em casas de repouso ou clínicas geriátricas, população indígena e povos e comunidades ribeirinhas.
Nas contas do Ministério da Saúde, isso totaliza 14,8 milhões de pessoas, que exigirão 31,7 milhões de doses, já que todas as vacinas existentes no momento dependem da aplicação de duas doses (necessariamente da mesma vacina) em cada pessoa.
Fonte: Correio Braziliense