A variedade de parques do Distrito Federal permite aos moradores da capital surpreenderem-se a cada passeio. São 19 opções abertas ao público, além de outras unidades de conservação que não recebem visitantes. Muitos brasilienses deparam-se com opções antes desconhecidas a alguns passos de casa.
A estudante de educação física Marina Guennes, 34 anos, mora há seis anos na Asa Sul e só descobriu o Parque Ecológico da região administrativa, situado na Entrequadra 613/614, durante a pandemia do novo coronavírus. Ela só decidiu conhecer o local após dar uma volta de bicicleta nas proximidades. “Eu já havia visto, mas nunca me interessou, aí eu andei no parque e achei a coisa mais incrível do mundo. Do lado da minha casa e eu nunca havia visitado”, conta.
Marina relata que há um mês e meio tem ministrado aulas de ginástica laboral on-line dentro da área de contemplação do parque, por causa da pandemia: “As aulas estão sendo um privilégio, porque aqui tem uns macaquinhos, de vez em quando eles assistem, é engraçado até. De vez em quando, passam uns pássaros bem diferentes”. “Tem gente que até me vê postando e pergunta aonde fica. Então, eu acho que ele poderia ser mais divulgado e até ocorrer mais eventos aqui, igual ao Parque da Cidade”, completa.
Não é só Marina que conheceu o parque durante a pandemia. O bancário Cauê Santana, 42 anos, também começou a trazer os dois filhos, Miguel e Lucas, em dezembro do ano passado. Segundo ele, é a quinta vez que traz os filhos para brincar no Parque Ecológico da Asa Sul. Ele é morador da região e só descobriu após um participante de um grupo de pais recomendar o local. “A primeira pessoa que veio aqui falou do parque e um dia decidimos vir para conhecer”, afirma.
O ambiente tranquilo, seguro e com brinquedos de qualidade para as crianças atrai a família. “Eu uso o parque para trazer os meninos para brincar. Por conta da pandemia, quem mora em apartamento é muito complicado ficar o tempo todo em casa”, explica.
O Parque Ecológico da Asa Sul foi criado em 2003, com o objetivo de proteger as nascentes do local. O ambiente conta com uma pista de caminhada de 2,4 mil metros, playground, aparelhos de circuito inteligente de ginástica, Ponto de Encontro Comunitário (PEC), área de contemplação do lago, centro de visitante e seguranças.
De acordo com o Instituto Brasília Ambiental (Ibram), a unidade de conservação é conhecida como o berço das capivaras, que a utilizam com frequência para tomar banho de sol e nadar no lago. O local abre todos os dias, das 6h às 20h.
Sob a gestão do órgão, há 32 parques ecológicos e oito parques distritais, 17 deles abertos ao público. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) gerencia o Parque Nacional de Brasília e a Floresta Nacional de Brasília, que ficam abertos para visitação das 8h às 17h (veja quadro).
Mudanças
A babá Abigail Lopes, 20 anos, frequenta o Parque Ecológico do Cortado desde que se mudou para Taguatinga, há cinco anos. “Eu moro ao lado do parque, então, na primeira oportunidade que eu tive de andar pelas quadras, vim aqui, que é um ponto bem específico”, diz.
Ela diz que gosta de vir ao parque para meditar, ler, escrever, espairecer a cabeça e conversar com os amigos. “Eu venho toda vez que dá para vir, se não tiver chovendo e eu estiver de folga, por exemplo, é um ponto de encontro”, afirma.
Se pudesse mudar alguma coisa no local, seria a cachoeira, interditada pela Defesa Civil. “Eu revitalizaria a cachoeirinha lá embaixo, a deixaria bem limpinha, mas com umas regras bem legais para o pessoal não jogar lixo nas trilhas. Quando chove desce tudo pra lá”, comenta Abigail.
A proximidade de casa também foi o que levou a vendedora Laiane Vasco, 29, a visitar o parque. “Geralmente, venho aqui três ou quatro vezes na semana. Eu gosto, é um ambiente bem organizado, tudo muito bem limpo, por conta da covid, também tem uma segurança bacana. Os guardas que sempre enfatizam a questão das máscaras”, detalha.
O professor de geografia Márcio Lúcio Gomes, 55 anos, conta que gosta de ir ao Parque do Cortado para fazer caminhadas diárias. “Como eu estou trabalhando em home office, está dando para vir todo dia de manhã”, explica. Ele reclama apenas da poluição. “Tem esgoto cortando o parque, você vai bem ali e sente o odor de esgoto, não sei quem joga”, relata.
O Parque Ecológico do Cortado, segundo o Ibram, tem como objetivo proteger as nascentes do córrego Cortado, que deságua no Ribeirão Taguatinga. O local contém quadra poliesportiva, orquidário, Ponto de Encontro Comunitário (PEC), posto da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e pista de caminhada.
Fonte: Correio Braziliense