Uma pesquisa feita pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e publicada na revista científica Environmental Research comprovou que partículas de coronavírus estão presentes no ar.
É um dos poucos levantamentos feitos até agora que consegue validar a descoberta com métodos científicos – o vírus foi captado em um equipamento de filtragem de ar. A partir dos resultados, os pesquisadores reforçam a necessidade de se manter a ventilação natural nos espaços e o uso de máscaras de proteção.
“Os principais resultados dessa etapa da pesquisa são importantes porque apresentam evidências, baseadas em métodos científicos, da presença de coronavírus em aerossóis. Mais uma comprovação de que o coronavírus pode estar no ar”, explicou o pesquisador Ricardo Passos, em entrevista ao G1.
Foram recolhidas amostras em dois hospitais de Belo Horizonte e de ambientes externos, como pontos de ônibus, estacionamentos e calçadas. Os hospitais foram escolhidos justamente pela alta probabilidade do vírus ser encontrado no ambiente e confirmaram a expectativa dos pesquisadores. Os aerossóis com o vírus foram captados em quatro ambientes de um dos hospitais, entre eles o da unidade de terapia intensiva.
O vírus transmitido por aerossol fica em partículas microscópicas muito leves, que conseguem permanecer suspensas no ar por algum período de tempo. Ele pode ser disseminado nesta condição quando um paciente infectado respira ou fala sem proteção. Acumulado, o coronavírus em aerossol pode contaminar outras pessoas.
A próxima etapa da pesquisa pretende analisar aerossóis em estação de tratamento de esgoto e a equipe já começou a recolher amostras da casa de pessoas contaminadas para entender a distância percorrida pelo vírus e o risco que outros moradores correm. Também deve ser feito um modelo matemático para estudar as melhores estratégias para manter a circulação do ar.
Fonte: Metrópoles