Um estudo feito com semaglutida, medicamento utilizado no tratamento de diabetes tipo 2, pode significar uma nova forma de tratamento para pacientes obesos. Voluntários que fizeram uso do remédio em estudos clínicos conduzidos pela Universidade de Northwestern (EUA) perderam quase 15% do peso corporal, enquanto o grupo que recebeu placebo (substância sem eficácia) eliminou apenas 2,4%.
A pesquisa envolveu 1.961 voluntários de centros de saúde de 16 países. O medicamento injetável foi aplicado por 68 semanas. Os participantes receberam 0,25 mg do remédio por semana durante o primeiro mês do estudo. A dosagem foi aumentada mensalmente até a semana 16, quando os voluntários passaram a receber 2,4 mg semanalmente até o fim do experimento.
No fim do teste, os pesquisadores observaram que 50,5% dos que receberam o remédio perderam, em média, 15% do peso corporal e 32% tiveram redução superior a 20%. Os resultados foram publicados na revista científica New England Journal of Medicine.
Além da perda de peso, os indivíduos que tomaram a semaglutida também demonstraram diminuição da circunferência da cintura, no Índice de Massa Corporal (IMC), melhora cardiovascular e diminuição dos sintomas de diabetes e pré-diabetes.
A substância é um hormônio que retarda o esvaziamento gástrico e o sistema nervoso central, o que ajuda a diminuir a sensação de fome. O remédio, contudo, não foi o único responsável pela perda de peso, de acordo com a pesquisa. Os pacientes também foram orientados a reduzir o consumo calórico e a praticar atividades físicas regulares por, pelo menos, 150 minutos por semana.
Robert F. Kushner, pesquisador da Universidade de Northwestern e principal autor do estudo, afirmou que os resultados são superiores aos observados em outros testes clínicos com drogas clássicas utilizadas para tratar a obesidade, como a fentermina. Segundo ele, o estudo é o “início de uma nova era de tratamentos efetivos para a obesidade”.
Uma das principais desvantagens do tratamento com semaglutida é o preço do medicamento, que chega a custar cerca de R$ 800 por dose de 1 mg. A automedicação, contudo, é um risco para a saúde. Sem prescrição médica ou acompanhamento especializado, o uso indiscriminado da droga pode causar vômitos, problemas intestinais e no fígado.
Fonte: Metrópoles