O Rio de Janeiro perdeu cerca de R$ 5,5 bilhões em 2021 com o cancelamento do Carnaval. Segundo cálculos feitos pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE). O estudo dos pesquisadores Claudio Considera e Juliana Trece revela que o montante equivale a 1,4% do PIB carioca. Para comparação, apesar de parecer um percentual baixo, eles destacam que o Bolsa Família equivale a 0,5% do PIB brasileiro e tem grande importância e relevância, como visto na pandemia.
“O Rio de Janeiro é uma cidade com forte vocação para o turismo e os eventos são de grande relevância para esse setor, para o setor de serviços e para a economia como um todo. É importante ressaltar que para a festa acontecer no início do ano há milhares de profissionais trabalhando o ano inteiro, que se viram sem qualquer renda em 2020 quando tudo parou. Ou seja, o evento faz a economia rodar, gerando emprego e renda”, destacou Considera, pesquisador associado do FGV IBRE.
De acordo com a pesquisa, se não fosse o cancelamento da folia por causa da pandemia, a economia do Rio movimentaria R$ 4,4 bilhões decorrentes de gastos dos turistas brasileiros (88%) – com uma permanência média de 6,6 dias, e gastando em média R﹩ 280,32 por dia -, e estrangeiros (12%), durante 7,7 dias, com gasto médio de R$ 334,01 por dia.
Já o impacto dos cariocas, moradores da Região Metropolitana do Rio, em gastos operacionais seria de pouco mais de R$ 1 bilhão.
Para a economista Juliana Trece, a velocidade da recuperação econômica vai depender do calendário de vacinação. “Vacinar a população é importante para a saúde do brasileiro, mas também para a saúde da economia. Quanto mais rápido conseguirmos retomar a normalidade das atividades, mas rapidamente conseguiremos ver uma retomada mais consistente da economia”.
A conta foi feita com base em dados de 2018 (pesquisa realizada pela FGV para o Ministério do Turismo) e 2020, considerando mesmo volume de turistas estrangeiros e não estrangeiros, mesmo tempo de permanência na cidade e equivalente gasto médio.
Fonte: Metrópoles