A posição no sexo (ser ativo ou passivo) pode ser um fator determinante nos relacionamentos gays, algo com o qual a maioria das pessoas heterossexuais não consegue nem imaginar o que seja, a maioria, porque sim, muitos casais hétero praticam a inversão de papeis e se saem melhores que alguns casais gays.
Quando os dois estão em uma química legal, mas na hora do sexo os dois são ativos ou passivos, o que fazer? Um jornalista do NewNowNext fez essa pergunta no Twitter e, dos mais de 200 votantes que responderam, 75% disseram que considerariam seriamente namorar alguém com quem compartilham uma preferência de posição diferente para não dar conflito.
“Eu nunca namoraria outro passivo a menos que ele tivesse todas as outras coisas que eu preciso em um homem”, Zach, um passivo de 30 anos que votou não. “Sexo é importante para mim em um relacionamento, e certamente não curto ser ativo, então o que vamos fazer? Nada, né?”, Conclui Zach.
Sam, 29, tem uma atitude mais arrogante. “Passei os últimos 12 meses com nada além de brinquedos, consolos, então tenho quase certeza de que conseguiria”, ele conta. “Sexo com penetração não é tudo isso, é muito superestimado, ne real.”
Dado que a penetração estava fora de questão, ser ativo ou passivo é mera questão de experimentação. Hampton, 26, conheceu Jared, 27, em uma festa, depois de uma noite de flerte, os dois marcaram um encontro no dia seguinte e estão juntos desde então. Ambos se identificam como ativos, mas insistem que isso nunca foi um problema em seu relacionamento.
“Ele chegou a ser passivo algumas vezes e eu tentei também, experimentei ele era dotado e me machucava”, admite Hampton. “Ainda nos divertimos tentando. Nós criamos o hábito de comunicar nossas necessidades sexuais um ao outro e desfrutar de outras maneiras de nos darmos bem, seja masturbação mútua, sexo a três e assim por diante”.
Todos nós, independentemente da orientação sexual, internalizamos roteiros sobre a penetração como o ato sexual conclusivo. Mas esses roteiros partem do cisgênero, relação heterossexual que prioriza a procriação. Quando os LGBTs centralizam ou definem nossa sexualidade em torno da penetração, perpetuamos essas noções limitantes e desatualizadas de como o sexo “deveria” ser, mesmo que não seja essa a nossa intenção.
Casais gays que buscam alternativas ao sexo com penetração devem se esforçar para entender melhor o que excita seu parceiro (algo que ele diz que muitos casais não sabem, mas pensam que sabem) para que possam ter mais prazer de outras maneiras. “Revezem-se dando, recebendo e tendo prazer – com consentimento, é claro”, diz o jornalista, “explore fantasias, massagens, dramatizações e tudo o mais que ambos considerem erótico e excitante.”
Se o trabalho dessas coisas dentro do relacionamento de casais gays ainda não está acertando o alvo, a não monogamia consensual é outra opção. A pesquisa descobriu que mais de 40% dos homens gays concordam que o sexo fora de seu relacionamento é permitido, em comparação com menos de 5% dos casais heterossexuais e lésbicos.
Casais gays tem muitas alternativas para sexo com penetração
“Conforme eu evoluí para o poliamor, a preferência posicional não é um grande problema ao encontrar um parceiro. Na verdade, está bem baixo na minha lista”, Robbie, 35, disse ao NewNowNext. “A melhor maneira de contornar a questão dos dois ativos é abrir e transar um passivo fora da relação ou vice-versa. Depois de remover o sexo como base de um relacionamento, você pode ver com mais clareza e se conectar em níveis mais profundos”.
Quando se trata de preferência, casais gays dizem que é melhor ser versátil (68% dos respondentes) e permitir espaço para as preferências do nosso parceiro, mesmo que elas estejam em desacordo com as nossas. O jornalista encerra aconselhando que consenso é o princípio e se arriscar é a parte mais gostosa de estar numa relação, seja se arriscar sendo ativo, passivo, transando fora da relação ou namorando mais de uma pessoa.
Fonte: Põe na roda