Neurologistas das universidades de Zurique, na Suíça, e de Stanford, nos Estados Unidos, pesquisaram e descobriram que estudar música promove uma maior conectividade funcional entre as regiões do cérebro — principalmente se começar ainda na infância.
Segundo o estudo, o resultado pode ser observado tanto em pessoas com ouvido absoluto — a habilidade de identificar uma nota simplesmente pelo som —, quanto em indivíduos submetidos a treinamentos musicais em geral. Muitas vezes associado à genialidade musical, o ouvido absoluto já foi identificado em artistas como Mozart, Pavarotti, Tchaikovsky, Jimi Hendrix e Mariah Carey.
Foto de uma mulher tocando violão enquanto estuda música pelo computador
O estudo de música é capaz de ampliar conectividades cerebrais em pessoas com ou sem ouvido absoluto
Por meio de métodos de última geração para avaliar a atividade sincronizada entre hemisférios e regiões cerebrais, o cientista Simon Leipold junto a outros pesquisadores descobriram “efeitos robustos da musicalidade na conectividade inter e intra-hemisférica em redes estruturais e funcionais”. O estudo foi publicado no periódico científico “Journal of Neuroscience” em janeiro de 2021 e traz conclusões relevantes inclusive para áreas não relacionadas à música.
Passo a passo do estudo
As análises foram realizadas com 153 participantes do sexo feminino e masculino, sendo 52 deles músicos com ouvido absoluto, 51 deles sem ouvido absoluto e 50 deles não músicos. “Crucialmente, a maioria dos efeitos era replicável em músicos com e sem ouvido absoluto, o que não aconteceu em comparação a não músicos”, escrevem os autores do artigo correspondente, que são neurologistas nas universidade de Zurique e de Stanford. “No entanto, não encontramos evidências de um efeito [específico] do ouvido absoluto na conectividade funcional ou estrutural em nossos dados: ambos os grupos de músicos mostraram redes surpreendentemente semelhantes em todas as análises”, continua a pesquisa.
Os neurologistas também descobriram que o treinamento musical em uma idade jovem produz conexões estruturais ainda mais fortes. Essas conexões ajudam áreas distintas do cérebro a trabalharem juntas para realizar tarefas cognitivas complexas, o que tem implicações importantes inclusive fora da educação musical.
Leipold e a equipe, sem saber, produziram um argumento muito forte para a necessidade de educação musical nas escolas. Com a relevância da descoberta, estas conexões estruturais podem vir a ser uma das métricas mais importantes da saúde e do desenvolvimento do cérebro. Texto escrito com informações do “Good News Network“.
Fonte: Hypeness