

A Justiça de São Paulo ordenou que o salão de beleza Ark Line retire do ar conteúdos racistas utilizados para a promoção de seus produtos de alisamento capilar. A empresa fez mais de 180 vídeos promovendo o alisamento do cabelo. Em muitas das campanhas, menores de idade são incentivadas a realizarem o procedimento. O conteúdo ainda não foi retirada do ar. As informações são do Brasil de Fato.
O racismo no ‘vou salvar seu cabelo’
Nos vídeos, é possível ver o dono da clínica de estética Ark Line, André Luiz Lopes de Oliveira, incentiva as mulheres com cabelo crespo a falarem mal de suas madeixas. Em um vídeo, uma menina menor de idade fala que sofre com os cachos e André diz que vai ‘salvar seu cabelo‘. – A esteticista que deu um bico no racismo e criou uma touca para cabelos crespos O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) acompanhou o caso e o promotor Reynaldo Mapelli Junior fez um pedido que os vídeos fossem retirados do ar. Segundo o texto da promotoria, “os cabelos crespos são apresentados como um problema estético suportado pelas crianças” e “são claramente apresentados destratados, sem nenhum cuidado, como forma de reforçar, ainda que de forma inconsciente, o estereótipo de cabelo ruim.”
A juíza Cristina Ribeiro Leite Balbone Costa, da Vara da Infância e da Juventude acatou o pedido parcialmente e ordenou que as publicações fossem tiradas do ar em até 5 dias. – Racismo: modelo diz que sentiu medo após cabeleireiro associar cabelo crespo ao estupro Segundo a magistrada, a clínica “utiliza a imagem de crianças e adolescentes, sem a necessária autorização judicial, expondo-as a constrangimento e humilhação pela natureza de seu cabelo, bem como indicando que não há beleza nem felicidade possível para tais jovens fora do padrão liso ou alisado, já que em nenhum momento o cabelo crespo, natural, é retratado como forma a exaltar sua beleza e identidade, permitindo penteados nas mais variadas formas.”
Fonte: Hypeness