Um grupo de padres católicos romanos rebeldes jurou desafiar as ordens do papa que proíbem a bênção de relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo, insistindo: “Não rejeitaremos nenhum casal amoroso”, as informações são do Pink News.
A Pfarrer-Initiative (Coligação de Padres) foi fundada em 2006 com apenas nove membros, e agora cresceu para mais de 350 padres e diáconos liderados pelo líder reformista da Igreja Católica padre Helmut Schüller. O grupo há muito defende a ordenação de mulheres e padres casados ou não celibatários dentro da Igreja Católica.
Em 2012, o Papa Bento XVI ficou tão irritado com a “desobediência” do grupo que tirou Schüller do título de “monsenhor” e declarou que ele não era mais um “capelão de sua santidade”. Quando o Papa Francisco foi eleito em 2013, o grupo tinha grandes esperanças de que ele modernizasse a igreja. Mas os padres ficaram desapontados quando na segunda-feira (15 de março), a Congregação para a Doutrina da Fé respondeu à questão de abençoar casais do mesmo sexo, e insistiu que Deus “não abençoa o pecado”.
Na quarta-feira (17 de março), o grupo rebelde lançou um “apelo à desobediência”, no qual diziam: “Nós, membros da Iniciativa Sacerdotal Austríaca, estamos profundamente chocados com o novo decreto romano que quer proibir a bênção de casais que amam o mesmo sexo. Esta é uma recaída em tempos que esperávamos superar com o Papa Francisco”, disse a nota.
“Em solidariedade com tantos, não rejeitaremos nenhum casal amoroso no futuro que queira celebrar a bênção de Deus, que experimentam todos os dias, em um culto religioso. A realidade já mostrou que casais do mesmo sexo conectados por amor podem muito bem celebrar a bênção de Deus na igreja. Uma teologia de ponta estabelece essa prática responsável.”
O grupo de padres e diáconos católicos acrescentou que “protesta veementemente” contra a ideia de que o amor do mesmo sexo “não faz parte do plano divino de Deus”. O coletivo continuou: “Aqui é feita uma tentativa de minar a realidade da criação com presunções dogmáticas. Lamentamos profundamente que este decreto alargue o fosso entre a burocracia romana e a Igreja local. Este decreto ofende muitos cristãos e obscurece e desacredita a mensagem libertadora de Jesus”.
Muitas figuras importantes se manifestaram contra a ordem do Vaticano de proibir a bênção de uniões de pessoas do mesmo sexo, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. A autora queer Roxanne Gay descreveu a regra como “corrupta e cruel”, Chasten Buttigieg enviou “paz e bênçãos” à comunidade LGBT+ para lembrá-los de que “o Papa não é o secretário do condado”, e Billy Eichner pediu em casamento a estrela de Schitt’s Creek Dan Levy apenas “para irritar o Papa”.
Fonte: Põe na roda
