Funcionários do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) denunciaram a exposição de pacientes e o uso de sacolas de lixo para enrolar uma vítima da Covid-19 na unidade de terapia intensiva (UTI). De acordo com relatos e imagens, o corpo embalado em saco preto e fita crepe estava em uma maca ao lado de pessoas internadas.
A enfermeira que expôs a situação à reportagem desabafou: “Estão embalando óbitos com sacola de lixo por falta de invólucro. Pedi para filmar e denunciar. Desumana essa situação”, lamentou.
O drama ocorre na unidade de saúde administrada pelo Instituto de Gestão Estratégica (Iges). O corpo estava na maca na noite de segunda-feira (5/4), no primeiro andar da UTI para pacientes com Covid-19.
De acordo com especialistas ouvidos pelo Metrópoles, o protocolo correto para embalar paciente que morreu em decorrência da Covid-19 deveria ser o invólucro específico para óbito, borrifado com hipoclorito de sódio. A má conduta pode contaminar quem vai manipular o corpo.
O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges-DF) informou à reportagem que vídeo mostra a UTI do 1º andar do Hospital de Campanha de Santa Maria (HRSM), sob cuidado da empresa ASM, contratada pela SES-DF.
“Ressaltamos que o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) conta com 254 invólucros para cadáver tamanho infantil e 295 adulto e 523 juvenil em estoque no HRSM. Além disso, todas as medidas para armazenamento de cadáveres são feitas de acordo com os protocolos”, disse em nota.
A Secretaria de Saúde foi acionada pelo Metrópoles, mas não tinha respondido até a última atualização desta reportagem. O espaço permanece aberto.
Fonte: Metrópoles