Rio de Janeiro – Um novo laudo do Instituto Médico Legal (IML), solicitado pelo delegado Edson Henrique Damasceno, titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), ao qual o Metrópoles teve acesso, mostra que o menino Henry Borel Medeiros, de 4 anos, sofreu lesões no nariz e embaixo do olho esquerdo provocadas por unha.
Perguntado pelo investigadores se o corpo do menino apresentava múltiplas lesões, em diferentes regiões do corpo, conforme consta no laudo de exame cadavérico, e se é possível identificar compatibilidade entre alguma dessas marcas com soco, chute, pressão de dedo, unha ou impacto de objeto contundente, o legista Leonardo Huber Tauil responde:
“As lesões na região nasal e infra orbital esquerda assinaladas com número 1 no esquema em anexo são compatíveis com escoriações causadas por unha”.
O médico-legista confirma, ainda, a ação contundente como causa da morte de Henry. “Houve morte por ação contundente, pelo trauma hepático, mas através da perícia necroscópica, não foi possível determinar a dinâmica do evento”.
O exame complementar também afirmou que o menino não tinha sinais de maus-tratos anteriores. Diferentemente ao declarado pela babá Thayna de Oliveira Ferreira, que relatou aos investigadores do caso que o menino sofria uma rotina de agressões.
No laudo complementar, o delegado pergunta ainda se as lesões constatadas são compatíveis com eventual manobra de reanimação ou socorro da vítima. O legista que assina o documento afirma que “algumas podem ter sido causadas na tentativa de socorro e equimose (manchas roxas) em crianças são muito comuns”.
Entenda o caso Henry
O menino Henry Borel Medeiros morreu no dia 8 de março ao dar entrada em um hospital da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Segundo Leniel Borel de Almeida Júnior, ele e o filho passaram o fim de semana anterior normal. Por volta das 19h do dia 7, o pai o levou de volta para casa, onde morava com a mãe, Monique Medeiros da Costa e Silva de Almeida, e com o vereador e médico Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (sem partido).
Ainda segundo o pai de Henry, por volta das 4h30 do dia 8, ele recebeu uma ligação de Monique falando que estava levando o filho para o hospital, porque o menino apresentava dificuldades para respirar.
Leniel afirma que viu os médicos tentando reanimar o pequeno Henry, sem sucesso. O menino morreu às 5h42, segundo registro policial registrado pelo pai da criança.
De acordo com o laudo de exame de necropsia, a causa da morte do menino foi hemorragia interna e laceração hepática, provocada por ação contundente. Para especialistas, ação contundente seria agressão.
Mãe e padrasto da criança estão presos desde o último dia 8 acusados no envolvimento da morte de Henry.
Fonte: Metrópoles