Rio de Janeiro – “Se imaginasse, nunca teria entrado naquele terreiro”, afirmou ao Metrópoles uma das quatro vítimas sexuais que denunciaram o pai de santo Mário Luiz da Silva, preso por agentes da 35ª DP (Campo Grande), zona oeste, na quarta-feira (26/5).Sob o argumento de “limpeza espiritual”, ele assediava sexualmente as vítimas. Segundo o delegado Davi Rodrigues, ele foi autuado por estupro de vulnerável, estupro e posse sexual mediante fraude. A prática ocorreria há mais de dez anos e envolvia menores de até 7 anos.“No início, achei estranho, porque ele mandava mensagens me elogiando. Tipo: ‘Olha, o seu cabelo está muito bonito’. Até que um dia, durante uma festa, derrubei um trabalho da árvore de Iansã. Ele me chamou para um quarto, uma espécie de salinha de atendimento, e começou a me agarrar. Dizia que se não aceitasse o ‘Malandro’, referência a uma entidade, não ia gostar”, revelou.Desiludida, ela alega que não quer saber mais de envolvimento com religião. “Como não entendia direito a religião daquele terreiro, era nova, demorei a entender os assédios”, declarou a vítima, que frequentou o local por no máximo cinco meses.O advogado Jeanderson Kozlonsky, do Instituto Nacional de Combate à Violência, responsável por reunir as vítimas, informou ainda que outras duas mulheres também vão fazer novas denúncias.“Elas não estão sozinhas, serão acompanhadas por advogado. Vamos dar apoio psicológico, social e jurídico”, afirmou.A defesa do pai de santo ainda não foi localizada. O espaço continua aberto.Fonte: Metrópoles