Um aluno da Escola Estadual Aníbal de Freitas, em Campinas (SP) sofreu ataques homofóbicos por sugerir um trabalho com temática LGBT. A família registrou um boletim de ocorrência para denunciar “preconceito e intimidação” e a Polícia Civil investiga o crime pelo 7º Distrito Policial.Os colegas do estudante de apenas 11 anos realizaram protestos com cartazes e papéis, colocados na fachada da instituição de ensino, com frases como. “Ou aceita ou respeita”, “Respeite as diferenças” e “Sinta orgulho de ser quem você é”, que pedem respeito às diferenças e o fim do preconceito.Homofobia e acusação de represália
A investigação das autoridades já conta com o depoimento da irmã do estudante, que entregou mensagens no WhatsApp, recebidas na sexta-feira (11), para serem analisadas. Foi ela quem fez o registro no boletim de ocorrência e publicou um relato nas redes sociais sobre o caso.Em entrevista ao G1, ela disse que o estudante sugeriu o tema para o trabalho por mensagem enviada no grupo da sala do 6º ano do Ensino Fundamental. O estudo seria sobre o mês do Orgulho LGBT, celebrado em junho. A repressão veio dos pais dos alunos, que disseram que a ideia do garoto era, além de “absurda”, “desnecessária”. Eles solicitaram que ele apagasse a mensagem.A irmã do estudante de 11 anos acusou a escola de represália. A jovem diz ter chegado em casa do trabalho e viu o irmão chorando, falando ao telefone com alguém que dizia ser a coordenadora da escola. “Ela ligou para o meu irmão e disse para ele que a sugestão era um absurdo e inadequada para a idade dele. Ela ainda disse que se ele não apagasse a mensagem, iria tirá-lo do grupo. Justo agora que, com as aulas online, os grupos são tão importantes. Nunca pensei que uma coordenadora pudesse falar desse jeito com um aluno”, relatou ao G1. Já a investigação da Secretaria de Educação de São Paulo (Seduc-SP) teve início na segunda-feira (14), segundo informou a Diretoria Regional de Educação de Campinas Leste. Agentes estiveram na escola para “dar início às apurações para que todas as medidas cabíveis possam ser adotadas de forma assertiva”. Ainda de acordo com a Seduc, uma equipe do Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (Conviva SP) foi enviada para apoiar o estudante, sua família e a comunidade escolar. “A Seduc-SP conta com psicólogos profissionais no programa Psicólogos na Educação, que está presente em todas as escolas estaduais, e já foi disponibilizado o atendimento para o estudante”, disse o órgão ao G1.Fonte: Hypeness