Um estudo publicado na revista científica Frontiers in Science deu evidências de que a ciência pode “transferir” a capacidade de aprendizado entre seres humanos. A pesquisa desenvolvida pela HLR Laboratories, uma empresa estadunidense de tecnologia, mostrou caminhos interessantes para o campo da estimulação do cérebro.
Os cientistas fizeram experimentos em um grupo de pessoas que aprendiam a pilotar aviões militares e comerciais. Resumidamente, eles captaram as ondas cerebrais emitidas por pilotos profissionais e aplicaram as mesmas em um grupo de pilotos que estavam aprendendo a pilotar. Para controle, parte do estudo utilizou um grupo de placebo. – Fui entender como a neurociência quer hackear nossos cérebros Os pesquisadores obtiveram os resultados e concluíram que os aprendizes que receberam as ondas cerebrais de profissionais tiveram um desempenho cognitivo melhor e aprenderam mais rápido a pilotar aviões.
A imprensa internacional leu o fato como um ‘upload’ de conhecimentos de um cérebro para o outro, como aquele visto no filme ‘Matrix’, em que o personagem principal, Neo, absorve os conhecimentos de luta marcial através de um ‘download de informações’. A tese, entretanto, não é a de transferência de conhecimento, mas de uma estimulação a regiões do cérebro que podem ajudar na cognição de novas habilidades. O estudo também contou com um grupo pequeno de dados, sendo apenas 34 pilotos observados. Para conclusões definitivas de que esse método de estimulação cerebral é eficaz, seriam necessários mais estudos com populações maiores. – Estudo diz que cérebro pode diminuir ansiedade e aumentar foco com envelhecimento “A principal conclusão desse estudo é que é possível combinar a estimulação por ondas e a cognição de aprendizado em simuladores de voo. Só por isso, o estudo já é interessante. Entretanto, é importante ressaltar que a validade estatística desses resultados é bem pequena e não nos dá respostas concretas. Por isso, é necessário tentar um estudo com uma amostra maior, que nos dê uma resposta mais representativa e estatisticamente acurada para entendermos essa questão”, afirma Christopher Chambers, professor de neurociências, à Gizmodo.
Fonte: Correio Braziliense