Cientistas poloneses anunciaram, em artigo publicado na revista científica Gut, que irão testar transplante de fezes como opção de tratamento para pacientes com Covid-19.
A ideia surgiu por acaso: o procedimento foi realizado em duas pessoas internadas na Polônia com infecções severas da bactéria C. difficile. Os pacientes, um de 80 anos que também apresentava sintomas de pneumonia, e um imunossuprimido de 19 anos, só foram diagnosticados com Covid-19 após o transplante.
O procedimento não é comum, mas é feito, normalmente, para recolonizar o intestino com uma microbiota mais saudável para lutar contra a bactéria. O coronavírus também atua no intestino, e é possível encontrar traços do vírus até 28 dias após a infecção nas fezes.
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Os dois pacientes poloneses fazem parte do grupo de risco, mas se recuperaram da Covid-19. O mais jovem não foi tratado com nenhum medicamento, e mostrou melhora no quadro já no dia seguinte. O idoso recebeu um tratamento que demora 10 dias para fazer efeito, mas, dois dias após o transplante, a febre baixou e não subiu mais.
“Nossa conclusão nesses casos é que o transplante de microbiota fecal parece ser seguro e eficaz para o tratamento da infecção por C.difficile recorrente em pacientes com Covid-19″, escreveram os pesquisadores no artigo.
Eles teorizam que o transplante pode ajudar o sistema imunológico a lutar contra o coronavírus. Alguns estudos sobre o procedimento sugerem que a microbiota intestinal pode também impactar no sistema respiratório, melhorando a resistência dos pulmões ao vírus.
Com o relato dos casos poloneses, os cientistas se mostraram esperançosos com a nova linha de tratamento, e devem começar um ensaio clínico em breve para descobrir se o transplante realmente pode ajudar pacientes com Covid-19.
Fonte: Metrópoles