Tudo no corpo humano contribui para o funcionamento do organismo, mas isso também acontece em outros ‘seres vivos’. O sistema nervoso dos tomates, por exemplo, tem uma função muito parecida com a nossa, aliás, você sabia que essa fruta tem um sistema nervoso?
Mesmo sendo muito popular na Europa, o tomate é originário das Américas, conforme o pesquisador da Embrapa explicou. “O tomateiro é nativo da região Andina, englobando o Peru, Norte do Chile e Equador (incluindo as Ilhas Galapagos)’. Mesmo sendo ‘nosso’, ainda não havia informações sobre o sistema nervoso dos tomares, por isso a surpresa com essa descoberta.
Quando o tomate está sendo devorado por insetos, usa uma espécie de sinal elétrico para alertar o restante ‘de seu corpo’. Tais mensagens fazem com que a planta se defenda através de alguns elementos, como a liberação de peróxido de hidrogênio, substância que combate infecções microbiana.
No caso dos humanos, o sistema nervoso usa os neurônios para que os sinais elétricos sejam distribuídos. Vale lembrar que as plantas não têm neurônios, mas há um fator que representa o sistema nervoso dos tomates.
Os tubos longos e finos, chamados de floema e xilema, movem a seiva entre frutos, folhas e raízes, carregando íons que transmitem sinais elétricos quando um inseto danifica as folhas. Porém, a estudante Gabriela Niemeyer Reissing foi além e, junto com os colegas, investigou se isso era possível acontecer com frutas.
A equipe usou o tomate-cereja como protagonista do experimento, onde colocaram o fruto em gaiolas de Faraday para bloquear campos elétricos externos. Além disso, usaram lagartas da mariposa Helicoverpa armigera confinadas na superfície das frutas dentro de sacos plásticos.
Quando começaram a comer o vegetal, houve mudanças nos padrões de atividade elétrica, como se o sistema nervoso dos tomates entrasse em ação nesta hora. “A atividade elétrica da fruta muda constantemente a cada segundo”, diz Niemeyer Reissig. “Podemos encontrar um padrão [distinto] na atividade elétrica quando um inseto ataca”, apontou Gabriela, da Universidade Federal de Pelotas.
Com isso, os níveis de peróxido de hidrogênio também aumentaram, conforme a equipe observou. “Isso provavelmente é para evitar infecções microbianas de tecidos danificados de plantas ou como estratégia para causar morte celular na região afetada, evitando a disseminação de patógenos”, diz Niemeyer Reissig.
Com certeza você gostou de descobrir sobre o sistema nervoso dos tomates, afinal, a mãe-natureza não deixa nenhum detalhe de fora em suas criações perfeitas!
Fonte: SoCientífica