O universo possui um limite. Pelo menos para nós, neste momento. Acontece que o universo observável se limita a corpos celestes que estejam a até 13,8 bilhões de anos-luz de distância – não coincidentemente a idade do universo. Mesmo sem saber como são realmente as bordas do universo, todavia, pesquisadores vêm debatendo sobre o formato do universo – que pode ser o de uma rosquinha.
Contudo, antes de entender como o universo rosquinha funcionaria, é preciso entender a diferença entre topologia e geometria.
A topologia é um ramo da geometria que estuda como as formas de um objeto podem mudar, mantendo-se as mesmas regras geométricas. Por exemplo, ao dobrar um papel no meio, você está alterando o formato daquela folha. Contudo, as arestas que eram paralelas ou perpendiculares anteriormente continuam com essa mesma característica geométrica.
Acontece que há um consenso muito grande na astrofísica de que o universo seja plano – diferentemente da Terra. Ou seja, a geometria do universo é plana, mas sua forma ainda assim pode variar.
Pense agora na mesma folha de papel, ou use uma folha para ajudar com a imaginação. Se você juntar dois lados opostos, ou enrolar o papel, irá se formar um cilindro. Suponhamos que seja um papel muito maleável e você possa juntar as duas “bocas” do cilindro. Aí temos o formato de uma rosquinha. Repare, contudo, que a superfície do papel continua sendo plana.
Veja você mesmo através da rosquinha
Parece desanimador, mas não há implicações muito importantes, até o momento, para a descoberta da topologia do universo. Isso porque, em teoria, isso não altera as propriedades fundamentais da física do universo como a conhecemos. Por isso as descobertas de Einstein foram tão importantes, aliás.
Contudo, evidências de um universo em forma de rosquinha, ou qualquer outro formato, podem indicar o que pode estar acontecendo além do horizonte de eventos. Num universo rosquinha, assim, é possível – teoricamente – que vejamos nós mesmos através do espaço.
Isso porque a luz de nossa galáxia estaria completando uma volta na rosquinha e chegando até nós novamente. Todavia essa luz seria da nossa galáxia bilhões de anos mais jovem.
Além do mais, o universo-rosca exigiria uma nova explicação para a expansão do universo, uma vez que os limites dele sejam finitos.
É bastante abstrato de se imaginar nosso universo em forma de uma rosquinha pois, essencialmente, precisaríamos de uma quarta dimensão espacial para gerar esse conceito. Infelizmente, nossos cérebros e computadores feitos em um mundo 3D não conseguem entender uma quarta dimensão.
Fonte: Hypeness