Um menino de quatro anos foi encontrado pelo Conselho Tutelar e pela Guarda Municipal de Várzea Grande (região metropolitana de Cuiabá) no fim da noite dessa quinta-feira (5) com marcas de espancamento, de queimaduras de cigarro nas pernas e até de chupões no pescoço.A Guarda foi acionada por uma conselheira tutelar para atender um caso de agressão a uma criança no Bairro Jardim Alá, em Várzea Grande.Uma equipe da GM foi até o local com uma conselheira e encontrou um ambiente totalmente escuro. Eles bateram palmas e saiu um homem de 41 anos e uma mulher de 61 anos.Questionados sobre uma suposta agressão a uma criança, os dois disseram que não sabiam de nada sobre o assunto. Os guardas municipais insistiram para que a criança fosse apresentada ao Conselho Tutelar e os dois disseram que era na casa ao lado.A equipe, então, foi até a casa ao lado e foi recebida por uma mulher de 33 anos, que se apresentou como mãe da criança que estava sendo procurada pelo Conselho Tutelar.A conselheira pediu que ela apresentasse a criança e a mãe trouxe o menino de quatro anos, que estava com várias lesões pelo corpo, como marcas de roxas de espancamento, marcas na boca, marcas no pescoço que pareciam chupões e queimaduras de cigarro nas pernas.A mãe alegou que até o dia anterior o filho não tinha as marcas e que ela havia saído às 6h30 para trabalhar. O homem que recebeu a Guarda Municipal primeiro também alegou que havia saído às 6h10 para o trabalho; ele é tio do menino, irmão da mãe.Já a mulher que estava com ele, que é avó materna da vítima, disse que viu as lesões por volta das 9 horas, mas que não acionou a polícia porque resolveu esperar a filha chegar para decidir o que fazer.Diante da situação, todos foram levados para a delegacia, inclusive outra criança que estava na casa, uma menina de nove anos. Esta, porém, não tinha lesões. O homem ficou alterado e precisou ser algemado.Na delegacia, porém, segundo a Guarda Municipal, apesar das marcas visíveis de agressão no corpo da criança (veja foto no início da matéria), o delegado plantonista não teria considerado a situação como flagrante e todos foram liberados, inclusive para levar o menino de volta para casa.O que disse a Polícia Civil?
Em nota, a Polícia Civil confirmou que o delegado Ely Roberto Ferreira Ambrósio recebeu a ocorrência atendida pela Guarda Municipal, em que uma criança de quatro anos supostamente havia sido vítima de maus-tratos em casa.Segundo a assessoria da Polícia Civil, a mãe sai para trabalhar de manhã e deixa os filhos, um casal, aos cuidados da avó. Nessa quinta-feira (5), porém, ao voltar do serviço, foi comunicada pela avó dos filhos de que o menor estava com ferimentos nas pernas.A Guarda Municipal e o Conselho Tutelar foram acionados e encaminharam todos para a delegacia, já que a mãe, a avó e o tio da criança não souberam explicar o que havia ocorrido com o menino.Na delegacia, o delegado solicitou que a criança passasse por um exame de corpo de delito, assim como pediu que a irmã também fosse submetida ao exame. Ele também solicitou que fosse realizado um exame para verificar se haveria algum outro tipo de importunação contra as crianças.O caso foi encaminhado para investigação da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, Criança e Idoso de Várzea Grande. E como naquele momento ainda não havia elementos comprobatórios para elaboração de procedimento em relação a algum familiar, todos foram liberados.Fonte: O Livre