Cerca de 2 milhões de brasileiros desenvolvem, a cada ano, osteoartrite. A doença que causa dores severas em diversas juntas do corpo agora pode, contudo, ter um novo tratamento. Um novo estudo sugere que a cartilagem do nariz pode ser usada para substituir a cartilagem danificada no joelho.
A osteoartrite, por sua vez, acontece quando a cartilagem de uma junta, principalmente do joelho e dos braços, se desgasta. No caso do joelho, então, a patela começa a esfregar diretamente na tíbia, sem qualquer amortecimento. Como dá para imaginar – ou sentir, no caso dos leitores acometidos pela doença – esse tipo de movimento é extremamente doloroso.
No entanto, um novo estudo publicado no periódico Science Translational Medicine mostra que a cartilagem do nariz de uma pessoa pode ser uma ótima candidata para combater a osteoartrite.
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Após testar o procedimento em ratos e ovelhas, os pesquisadores perceberam que ao inserir cartilagem do septo nasal ( a “divisão” entre as narinas) em um joelho danificado pela doença, o procedimento poderia recuperar a cartilagem perdida.
Para tanto os autores retiraram uma pequena parte do septo, suficiente para cultivar novas células. Essas células cartilaginosas passaram então por um cultivo in vitro até formarem “folhas” finas de células da cartilagem. Essas folhas, portanto, foram inseridas no joelho dos animais, formando camadas novas e reduzindo os efeitos da doença.
Aplicando o processo para osteoartrite em humanos
Após testar a eficácia e segurança do procedimento em animais, os pesquisadores seguiram para o próximo passo. Com dois voluntários, um homem de 34 anos e uma mulher de 36, os cientistas realizaram o mesmo processo cirúrgico, basicamente.
O acompanhamento dos dois pacientes, que tinham osteoartrite grave, mostrou que a qualidade de vida aumentou significativamente, com uma redução das dores e do incômodo. Ainda um exame realizado no joelho da mulher mostrou que sua cartilagem quase dobrou de espessura, passando de 2mm para 4,9mm. Isso mostra que as células se reproduziram com sucesso no novo tecido.
Esse tipo de processo é revolucionário, portanto, em relação ao tratamento tradicional. Acontece que o melhor recurso até o momento contra a osteoartrite é a inserção de uma prótese no joelho. Essa prótese, então, pode ser de titânio ou plástico e evita o atrito direto entre os ossos.
Todavia, a prótese causa desconforto, certa perda de movimentos e tem uma vida útil de em torno de 20 anos. Ou seja, um paciente pode passar por duas ou três cirurgias do tipo ao longo da vida. Além do mais, há sempre o risco de rejeição da prótese pelo corpo.
Já no caso da cartilagem do nariz, o material inserido no lugar da prótese são células do próprio indivíduo. Ou seja, a chance de rejeição é quase nula. Além do mais, essas células são tecidos vivos e, caso consigam se desenvolver no novo local, não precisarão de novas cirurgias para troca.
Agora a equipe já recebeu autorização para realizar a intervenção em outros 15 pacientes com osteoartrite. Caso os resultados sejam positivos, o número deverá subir para 64 pessoas.
A pesquisa está disponível no periódico Science Translational Medicine.
Fonte: Só notícia boa