A prefeitura de São Paulo começou a aplicar, na tarde desta segunda-feira (13/9), a vacina da Pfizer contra a Covid-19 como substituta para quem deveria tomar a segunda dose com a fórmula da AstraZeneca. O estado paulista está com déficit da vacina da Oxford, e o calendário de imunização está atrasado.
Na tentativa de continuar a vacinação, a troca de uma vacina pela outra, mesmo de fabricantes diferentes, foi aprovada pelo Ministério da Saúde, pelo Plano Estadual de Imunização e pelo Comitê Científico do Estado.
Segundo pesquisas recentes, a troca de imunizantes não é ideal, mas não faz mal. Um estudo recente do Reino Unido, publicado na revista científica The Lancet em janeiro deste ano, indicou que a mistura é segura.
Os cientistas avaliaram pessoas que tomaram as duas doses do mesmo fabricante e outras que finalizaram a imunização com doses da AstraZeneca e Pfizer, em um intervalo de quatro semanas entre as duas. Participaram da pesquisa 830 voluntários com idades acima de 50 anos.
Os pesquisadores do Reino Unido chegaram à conclusão de que aqueles que misturaram as vacinas, se contaminados, desenvolveram sintomas leves a moderados. A resposta imunológica foi melhor neste grupo do que entre pessoas que tomaram as doses do mesmo fabricante.
O imunologista responsável pelo projeto Brasil Sem Alergia, Marcelo Bossois, afirmou, em entrevista ao UOL, que a troca de imunizantes só deve ser administrada se houver realmente necessidade. Segundo ele, o melhor seria utilizar vacinas com tecnologias iguais. “No caso da AstraZeneca, a melhor opção seria a Janssen, pois ambas carregam o vírus ‘vivo’. Contudo, colocando na balança os riscos e benefícios, corroborados com os estudos científicos já publicados, isso realmente nos dá segurança de fazer isso e acabar logo com a pandemia”, declarou.
Fonte: Metrópoles