

Nas últimas duas semanas, o Brasil registrou três casos do mal da vaca louca, uma doença no sistema nervoso central que afeta drasticamente o gado, tornando seu comportamento errático, raivoso e descontrolado. É o primeiro registro dessa infecção desde O ressurgimento da doença fez com que a China brecasse a importação da carne bovina brasileira e também reduziu a atividade frigoríficos em Minas Gerais.
A doença da vaca louca ficou bem comum nos anos 90, quando um surto ocorreu na Inglaterra. Mais de 4 milhões de animais foram sacrificados para conter a epidemia e o consumo de carne bovina foi proibido por alguns anos na terra da Rainha. O nome técnico do mal é encefalopatia espongiforme bovina. No caso, uma proteína chamada príon – que é natural do cérebro de humanos e outros animais, inclusive o boi – acaba se malformando e ‘furando’ os neurônios do infectado. Assim, ele vai perdendo a memória, ficando nervoso, apreensivo, cambaleante e sensível à luz. É um pouco similar à raiva, também conhecida como doença do cachorro louco.
O mal da vaca louca pode surgir de duas formas: ou o gado acaba tendo a doença espontaneamente quando velho, em um processo degenerativo do cérebro, ou ele se alimenta de restos mortais de outro animal que teve o mal. Por isso, animais diagnosticados com a encefalopatia espongiforme bovina devem ser incinerados o mais rápido possível. Seres humanos também podem sofrer com isso de maneira parecida: ou a pessoa desenvolve a doença de forma “espontânea” ou ela consome carne infectada e acaba com a Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ), nome dado a essa patologia. Desde 1995, menos de 200 pessoas morreram de DCJ causada por consumo de carne infectada. Entretanto, a taxa de mortalidade da doença é alta, superando os 90%.
Doença do gado afeta economia brasileira
Com a suspensão das importações chinesas por tempo indeterminado, a tendência é que o preço da carne caia no Brasil. Entretanto, os três casos no Brasil tiveram origem atípica e a possibilidade de um surto já foi descartada por autoridades internacionais e, em breve, a retomada das exportações de gado podem ser retomadas pela China. Segundo especialistas, a parada também foi uma oportunidade para que os chineses conseguissem pagar menos pela carne bovina.
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“No momento, dependemos da boa vontade da China em retomar as negociações, após ter sido descartado a possibilidade de surto. Não sei se estão utilizando a estratégia de segurar um intervalo de tempo para forçar baixa de preço, o fato é que nos resta aguardar a reabertura das fronteiras”, disse Sílvio Silveira, presidente da Associação de Frigoríficos de Minas Gerais, Espírito Santo e Goiás, à Folha de São Paulo.
Fonte: Hypeness