Um homem de 35 anos foi preso em flagrante na cidade de Itajaí (SC) após atropelar e matar Vanessa Machowski, de 18 anos de idade. Segundo relatos de testemunhas, Juciano Marinho Gomes chamou a jovem de ‘gostosa’ e, após ela e seu namorado confrontarem o assédio, ele atropelou a vítima.
Vanessa conversava com seu namorado no bairro Cordeiros por volta das 21h20. Ele estava em um caminhão e ela estava fora do veículo. Então, o Juciano parou perto da vítima e a assediou verbalmente. O namorado de Machowski, saiu do caminhão para entender o que estava acontecendo e o assediador também saiu do carro. Segundo o parceiro de Vanessa, o homem estava claramente embriagado. – Feminicídio: 6 casos que pararam o Brasil
Eles discutiram e o assediador voltou para o carro. Depois de cinco minutos, Juciano atropelou Vanessa com seu carro e fugiu em alta velocidade. Ele foi preso em flagrante pelas autoridades por homicídio qualificado e embriaguez ao volante. O acusado alega que atropelou e matou Vanessa ‘sem querer’. “A versão que ele [suspeito] deu para a gente é que houve uma discussão com o namorado e a vítima. Não soube dizer por que, estava embriagado na hora. Disse que foi agredido pelo namorado [da vítima] e outras pessoas que estavam ali e, indo embora, acabou atropelando a vítima sem querer“, disse o delegado Eduardo Ferraz, responsável pelo caso.
É feminicídio?
A decisão da juíza Anuska Felski da Silva, da 1ª Vara Criminal de Itajaí, coloca o gênero como ponto principal do crime. “Considerando o contexto social de violência em relação às mulheres, demonstra que medidas cautelares alternativas são insuficientes para evitar que o réu venha novamente dirigir embriagado, insultar mulheres supostamente desconhecidas na rua e agir de modo a ceifar-lhes a vida, o que, sem dúvida, gera intranquilidade no seio social, e reclama a medida extrema”, escreveu a magistrada, ao justificar a prisão preventiva de Juciano. Há pouco mais de duas semanas, vimos um caso similar em Palmas (PR), quando uma jovem estudante de direito foi assediada por homens dentro de um carro enquanto andava de bicicleta. O assédio fez com que a vítima caísse da bicicleta e acabasse tendo diversas escoriações no corpo. O que há de semelhante entre esses casos? Ainda que o assédio no Paraná não tenha resultado em morte, ambos foram motivados pelo fato único de que as vítimas era mulheres. E a Lei de Feminicídio é clara: “quando o crime resulta da discriminação de gênero, manifestada pela misoginia e pela objetificação da mulher, sendo o autor conhecido ou não da vítima“, diz o texto. Portanto, é feminicídio sim. Ambos os casos mostram como a violência contra as mulheres continua sendo um grande problema em nosso país. Dados colhidos pela “Folha de São Paulo” mostra que os feminicídios cresceram 2% entre 2019 e 2020. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o quinto país onde mais se comete feminicídio no planeta.
Fonte: Hypeness