Nessa semana, as prefeituras de Rio e São Paulo estão discutindo a desobrigatoriedade do uso de máscaras. Com ambas as cidades avançando na vacinação, as autoridades passam a estudar se é possível autorizar que a população volte a circular em certos espaços, especialmente aqueles a céu aberto, sem estarem sujeitos a multa por conta do uso do equipamento de proteção individual contra a Covid-19 e outras doenças.
O Rio de Janeiro já fixou que com 65% da população com esquema vacinal completo, as máscaras não serão mais obrigatórias em locais abertos. Com 75% dos cariocas vacinados com duas doses ou dose única, a máscara deixará de ser exigida em todos os estabelecimentos, exceto hospitais e transporte público.
Em São Paulo, não há uma determinação desse tipo, mas o Secretário Municipal de Saúde, Edson Aparecido, afirmou que estão estudando a medida. “O prefeito Ricardo Nunes (MDB) nos pediu exatamente que nós pudéssemos fazer uma avaliação, em função dos dados de que a pandemia evolui na cidade, sobre essa questão do uso da máscara“, afirmou em coletiva. Edson indica que a medida será colocada em prática quando São Paulo tiver 90% da população com a segunda dose tomada, 100% da população com mais de 60 anos com a dose de reforço e poucas mortes. “O uso da máscara, mesmo com o avanço da vacinação, é muito importante“, completa.
Máscaras ainda são importantes
Mesmo com o avanço da vacinação, o uso de máscaras ainda é crucial no combate à Covid-19. O uso da peça de proteção facial reduz o contato com altas cargas virais, o que diminui a probabilidade de infecção grave pelo Sars-Cov-2. Além disso, as máscaras também reduzem o contágio de assintomáticos. Médicos e especialistas criticam a decisão das prefeituras, que consideram ser precoce.
“Neste momento, é um despropósito. Nós estamos conseguindo diminuir a Covid por uma combinação do uso de máscara com aplicação de vacinas. Mas ainda não temos a segunda dose para uma parte maciça da população, temos muitos idosos sem a terceira dose. No caso, tirar o uso de máscara é um risco de aumentar o número de casos e mortes desnecessariamente“, afirma infectologista Carlos Fortaleza, professor da Faculdade de Medicina de Botucatu, da Unesp, ao “R7. – Vídeo mostra como diferentes máscaras contém a disseminação da Covid-19 Para a infectologista e pneumologista Margareth Dalcomo, pesquisadora da Fiocruz, a medida da prefeitura carioca é desnecessária. “É assumir um risco. É tomar uma medida que, a meu ver, não é fundamental. Fundamental agora é garantir o máximo possível de cobertura vacinal da população, alcançar uma taxa de relativo conforto sanitário, que seria de 80% da população (com imunização completa)“, disse, ao jornal “Extra”.
O pesquisador Átila Iamarino reforçou o coro dos especialistas ao afirmar que desobrigar o uso de máscaras não é uma decisão sábia ainda.
O Brasil soma 599 mil mortes por conta da covid-19. A média de mortes no país nos últimos sete dias está em 487.
Fonte: Hypeness