Pelo menos 30 pessoas denunciam o cirurgião plástico Alan Landecker, nome conhecido na elite paulistana, por erros médicos em cirurgias de rinoplastia. Diversas vítimas acusam o médico de causar danos permanentes ao seu rosto. A Polícia Civil investiga as denúncias.
As trinta pessoas afirmam que foram acometidas por infecções bacterianas no pós-cirúrgico. Essas infecções teriam causado graves deformidades no seu rosto destas pessoas, causando problemas de saúde contínuos nas vítimas. Os relatos impressionam.
As vítimas relatam apodrecimento da cartilagem, problemas no septo e perda de olfato após procedimentos malsucedidos operados por Landecker. “Fiz a cirurgia em maio deste ano e, quando ele tirou o último curativo, viu que a cartilagem estava podre. Meu nariz estava estragado, eu estava toda torta e ele me mandando pra casa tomar analgésico”, declarou uma vítima ao G1.
“Eu só queria um ajuste e hoje eu trato diariamente de um problema. Tenho buraco no septo, mas o caso vai muito além de questões estéticas e de saúde – tem uma prática antiética envolvida. Descobri que ele opera sem médico assistente, embora paguemos por isso. Quem o acompanha é um instrumentador. Ou seja, estimula e é conivente com o exercício ilegal da medicina. Outra coisa é o prontuário – quando o acesso não é blindado, há informações forjadas ou omitidas. No meu, por exemplo, não há menção ao uso que fiz de antibióticos. Isso é muito sério porque atrapalha o tratamento com outros profissionais. Ninguém quer pegar meu caso”, afirmou outra vítima ao veículo. Um empresário de 35 anos deu um relato assustador ao G1 de como seu nariz ficou após a intervenção cirúrgica de Alan Landecker. Ele disse que o nariz não só permaneceu inchado depois do procedimento, mas que começou a feder. “No pós-operatório, meu nariz não desinchou, com o passar dos dias começou a feder, com as pessoas do meu convívio percebendo o odor insuportável, até que no 15º dia abriu uma ferida”, contou ele ao G1, revelando que já perdeu cerca de R$ 300 mil para tentar amenizar os efeitos da cirurgia.
Polícia investiga médico
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) disse em comunicado que que as ocorrências estão sendo investigadas pelo 15º DP e pelo 34º DP. “A oitiva do médico investigado será realizada no decorrer do andamento das investigações. Todas as circunstâncias dos fatos são apuradas pela Polícia Civil e detalhes serão preservados para garantir autonomia ao trabalho policial”, se manifestou a SSP-SP em nota. Landecker foi afastado dos hospitais Nova Star e Sírio-Libanês após denúncias. O Hospital Israelita Albert Einstein afirmou que instaurou um processo de investigação contra o médico após as denúncias.
O cirurgião se defendeu através de nota, classificando as acusações como falsas. O cirurgião plástico sugeriu ainda que os pacientes não cumpriram os cuidados pós-cirurgia, o que acarretou nos problemas de saúde. Confira trecho da nota: “O Dr. Alan Landecker repudia com veemência as acusações formuladas. Em todas as fases do atendimento, prestou a necessária assistência, inclusive na pós-cirúrgica, não podendo ser responsabilizado naqueles casos em que os pacientes não cumpriram o necessário protocolo de cuidados recomendados, omitindo uso de medicamentos, como imunossupressores; abandonando o tratamento ou não seguindo as orientações médicas.”
Fonte: Hypeness