O projeto de lei que institui o ‘Dia do Homem’, na cidade de Porto Seguro, na Bahia, tem dado o que falar nas redes sociais. O projeto que foi proposto pelo Vereador Eduardo Tocha (PMB), foi aprovado na Câmara Municipal com apenas dois votos contrários, e sancionado pela prefeitura em setembro. A data passou a ser comemorada em 1º de novembro, justamente o Dia de Todos os Santos.
O projeto de lei que prevê a utilização de escolas e demais prédios públicos para a realização de palestras, seminários, exposições que busquem debater a importância do homem na sociedade, após a sanção do Prefeito Jânio Natal (PL), não teve uma boa repercussão nas redes sociais.
“O município de Porto Seguro, na Costa do Descobrimento, não perde a oportunidade de cultivar o passado, mesmo aquele que nunca se imaginou. Não bastasse a instituição de um dia dedicado ao ‘homem’, isso mesmo, o município foi além e abaixo”, escreveu um internauta nas redes.
Em contato com a reportagem, o Vereador Vinícius Parracho (DEM), um dos parlamentares que votou contra o projeto de lei, disse que não faz sentido algum, em uma sociedade como a nossa, instituir um ‘Dia do Homem’, e diz ter ficado surpreso com a aprovação sem vetos por parte da prefeitura.
“Eu fui completamente contra o projeto. Ele não tem sentido nenhum, e ele, na verdade, reforça um machismo que está extremamente enraizado na nossa sociedade. Então não faz sentido nenhum a gente aprovar esse tipo de projeto, porque ele vai de encontro ao que a gente deveria estar fazendo na verdade, que é ressaltando políticas afirmativas dos grupos minorizados”, declarou.
Pelas redes sociais, o vereador já havia se posicionado contra o projeto. Segundo ele, a inserção de datas que representam grupos minorizados surge como uma necessidade de ampliação das discussões de determinados grupos, e por homens jamais terem sofrido restrição de qualquer direito, o dia instituído não faz sentido algum.
“É preciso entender o que são grupos minorizados. Essa minoria não é numérica, essas minorias, na verdade, são grupos socialmente historicamente marginalizados que tiveram seus direitos restritos, e que não participam dos núcleos de poder da forma adequada, são sub-representados. Então, quando esses grupos lutaram e continuam lutando, efetivamente, para que possam ter seus direitos garantidos, esses grupos precisam, e é por isso a necessidade da inserção dessa data, para valorização dessa luta”, diz em um vídeo publicado no Instagram.
Fonte: Correio Braziliense