Descrito como “o mais polêmico do ano”, o filme “Benedetta”, de Paul Verhoeven chocou muitos que foram aos cinemas para assiti-lo. O longa inicia em ritmo intenso, com uma cena que transforma a imagem de Cristo em um dildo nas mãos de uma freira.
Mas resumí-lo apenas a sua extrema sensualidade pecaminosa seria tolo. A obra trata de uma das figuras mais intrigantes de toda a história do catolicismo: Benedetta Carlini.
A história de Benedetta Carlini
Benedetta é a biografia de Benedetta Carlini, uma freira que viveu na Itália entre 1590 e 1661. Ela chegou a se tornar abadessa de seu convento na Itália, mas sua vida foi repleta de polêmicas.
Ela ingressou no convento aos 9 anos de idade, mas passou a ter revelações e outros tipos de visões a partir dos 23 anos. Benedetta era frequentemente vista em transe tendo contato com Cristo, São Paulo e outras figuras do cristianismo católico. Carlini teve relações sáficas com a também freira Bartolomea. O caso de amor é narrado no filme com paixão e sensualidade, traços do cinema de Verhoeven. “O que muitos veem como provocação neste filme não é nada além de eu tentando me manter próximo da realidade. E tendo respeito pelo passado —nós não precisamos gostar do que fizemos ao longo da história, mas nós não devemos apagar nada”, afirma o diretor do filme.
“Eu tentei me afastar de ‘O Exorcista’, porque todas as ‘outras identidades’ de Benedetta são positivas, não demoníacas. E essas possessões também estão documentadas, na vida real teriam ido além, incluindo São Paulo e anjos”, completou.
Benedetta sofreria represálias graves pela Igreja Católica por conta de suas visões e por conta de seu relacionamento lésbico com Bartolomea. Mas sua história seguiu. O filme de Verhoeven é uma adaptação da obra de Judith C. Brown, que, em 1987, biografou a freira. O filme tem a previsão de estrear em 23 de dezembro – que programão de Natal, hein? – no Brasil, mas já circula pelos festivais e telonas no exterior e tem uma avaliação de 84% no Rotten Tomatoes de acordo com 51 críticos de cinema.
Fonte: Hypeness