A mineira Gabriela Arruda, de 28 anos, cresceu em uma devota família evangélica na cidade de Ipatinga, e por isso foi natural para ela se tornar pastora quando adulta. São seus outros estudos, porém, que trazem o diferencial no trabalho que atualmente ela e seu marido, Fayner, ministram na Igreja Lar de Ipatinga: formada em psicologia com formação em sexualidade, Gabriela busca novos olhares sobre o tema do sexo e do prazer entre os fiéis, a fim de permitir a busca pelo prazer e pela felicidade sexual, a partir de uma ótica cristã.Seu trabalho como pastora é acompanhado de seminários, cultos e palestras especialmente dedicadas à sexualidade, para retirar o tema da sombra do pecado, sem abrir mão, no entanto, do comprometimento religioso. Segundo conta em matéria do site Universa, foi quando Gabriela percebeu que muitas dificuldades enfrentadas por casais cristãos em seus casamentos estavam diretamente ligadas ao sexo que ela decidiu mergulhar no tema em seu trabalho, para abrir espaço para que a sexualidade e o prazer sejam assuntos importantes dentro da igreja.
Gabriela e seu marido, Fayner, que também é pastor na igreja
Gabriela e seu marido, Fayner, que também é pastor na igrejaFoi assim que nasceu o curso sobre “Sexualidade sem pré-juizo” que ela e Fayner oferecem para posicionar o desejo e o orgasmo como também elementos do casamento que merecem ser glorificados. Segundo ela, a repressão sexual excessiva se torna um problema quando o casamento enfim ocorre, e o casal enfrenta dificuldades para encontrar o prazer – na visão da pastora, sexo não é pecado, mas sim um ato espiritual, no qual a reprodução é uma das funções, mas não a única: o prazer também deve ser buscado – contanto que entre marido e mulher.
Gabriela ArrudaA pastora também oferece cursos sobre pompoarismo e outras técnicas de prazer para cristãs-Adamitas: hereges que praticavam o amor livre e a nudez sagrada como os primeiros hippies no século II Pois nem tudo é progresso no culto de Gabriela: para ela, a busca pelo prazer individual tira o foco do casal e estimula uma imaginação que pode se tornar promíscua e adúltera e, assim, a masturbação, por exemplo, é vista como pecado. E quando defende a importância do prazer para ambas as partes, ela necessariamente se refere a um casal heterossexual, mantendo a medieval posição tradicional cristã de tentar reprimir ou invisibilizar os casais e os desejos entre pessoas do mesmo sexo – que seguramente também existem dentro de sua igreja, que precisam ser vistos como o que de fato são: uma forma de prazer e amor igualmente sagrada.Fonte: Hypeness