Um grupo de aproximadamente 30 pessoas promoveu, na manhã desta terça-feira (4/11), um protesto contrário à vacinação de crianças contra a Covid-19. A manifestação ocorreu em frente à sede da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), onde ocorre a audiência pública do governo federal sobre o tema.Entre os participantes do protesto, estavam crianças, que seguravam cartazes com os dizeres: “Eu não sou cobaia”. Além disso, manifestantes seguravam faixas contrárias ao passaporte da vacina. O grupo também contava com apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL).A audiência pública sobre vacinação de crianças de 5 a 11 anos de idade contra a Covid-19 conta com representantes do Ministério da Saúde e com a participação de profissionais de associações médicas.O uso de doses pediátricas da vacina Pfizer foi autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 16 de dezembro de 2021. No entanto, apesar do aval do órgão regulador, cabe ao Ministério da Saúde adquirir o imunizante e incluir o público infantil no Programa Nacional de Imunizações (PNI).O objetivo da audiência é apresentar os resultados da consulta pública finalizada em 2 de janeiro sobre vacinação infantil contra Covid-19. De acordo com a secretária Extraordinária de Atenção à Covid, Rosana Leite de Melo, foram colhidas contribuições de 99,3 mil participantes.Segundo Rosana, a maior parte dos respondentes concordou que a imunização de crianças não deve ser obrigatória. Além disso, o público opinou que crianças com comorbidades devem ser priorizadas no processo.“Tivemos 99.309 pessoas que participaram nesse curto intervalo de tempo em que o documento esteve disponível para consulta pública. A maioria se mostrou concordante com a não compulsoriedade da vacinação e a priorização das crianças com comorbidade. A maioria foi contrária à obrigatoriedade de prescrição médica no ato de vacinação”, informou.Prescrição
A intenção do governo é exigir a prescrição médica e autorização de pais e/ou responsáveis para vacinar o público infantil. Segundo Rosana, as informações serão detalhadas em documento divulgado pelo Ministério da Saúde na quarta-feira (5/1). A secretária também pontuou que crianças com comorbidades devem prioridade. Depois, a vacinação deverá ocorrer por faixa etária.“A imunização seguirá os seguintes termos: crianças de 5 a 11 anos com deficiência permanente ou comorbidade; crianças que vivam em lar com pessoas de alto risco para evolução grave de Covid; crianças sem comorbidades, na seguinte ordem. Crianças entre 10 e 11 anos, 8 e 9 anos, 6 e 7 anos, e, por fim, crianças de 5 anos. Em todos os casos será exigida a prescrição médica e autorização dos pais ou responsáveis mediante assinatura de termo de assentimento”, ressaltou.Início da vacinação
Na segunda-feira (3/1), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, adiantou que as doses para este público devem chegar em 10 de janeiro, e a campanha terá início na segunda quinzena do mês.Sem apresentar mais detalhes, Queiroga afirmou que a vacinação infantil “está bem definida, de maneira clara e transparente”, e que a pasta já promoveu uma “ampla discussão com a sociedade” sobre o tema.O presidente Jair Bolsonaro (PL) manifestou-se contra a vacinação destinada a essa faixa etária. O mandatário defende a exigência de prescrição médica para a aplicação do imunizante em crianças; na contramão, ao menos 20 estados já descartaram a medida.Fonte: Metrópoles