Na edição do Jornal Nacional desta quinta-feira (06), o programa jornalístico realizou um editorial em que o presidente Jair Messias Bolsonaro foi o principal assunto. Durante o telejornal, William Bonner desmentiu o político que fez declarações afirmando que crianças não morreram por Covid-19, sendo que essa informação não procede. Ainda hoje, o presidente voltou a afirmar que sua filha, Laura, de 10 anos, não tomará a vacina contra a Covid-19.
“As declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre as mortes de crianças por Covid afrontam a verdade e desrespeitam o luto de milhares de brasileiros – parentes e amigos das mais de 300 vítimas de 5 a 11 anos. O presidente também desrespeita todos os técnicos da agência nacional de vigilância sanitária ao questionar qual seria o interesse da Anvisa com a autorização da vacinação de crianças. O interesse da Anvisa está expresso na lei que a criou: coordenar o sistema nacional de vigilância sanitária em defesa da saúde da população”, declarou.
“O 4º artigo da Lei determina que a agência atue como uma entidade administrativa independente e que as prerrogativas necessárias ao exercício adequado de suas atribuições sejam assegurados. Não é isso que o presidente tem feito ao ameaçar divulgar nomes de integrantes da Anvisa que aprovaram a vacinação infantil. E agora, ao questionar a lisura do órgão”, continuou Bonner.
Renata Vasconcellos emendou: “Por fim, as declarações do presidente Jair Bolsonaro contrastam com aquilo que prevê o artigo 196 da constituição que ele jurou respeitar. A saúde é direito de todos os cidadãos e dever do estado. O governo Bolsonaro retardou a decisão sobre as vacinas para crianças desde o dia 16 de dezembro de 2021 até quarta-feira (5), data limite imposta pelo Supremo Tribunal Federal. Convocou uma consulta pública estapafúrdia, porque remédios não podem ser aprovados pelo público leigo, mas por cientistas”.
“Em razão dessa demora, as famílias brasileiras têm ainda que aguardar ao menos mais sete dias até a chegada das primeiras doses pediátricas. Como se não bastasse, nesta quinta-feira (6), ele insistiu em atacar as vacinas”, completou. “O presidente Jair Bolsonaro é responsável pelo que diz, pelo que faz. Espera-se que venha também a ser responsável por todas as consequências daquilo que faz e diz”, acrescentou William Bonner.
Fonte: Em off