Pela terceira vez que a ciência tenha conhecimento, uma pessoa foi curada do HIV. A paciente não teve sua identidade revelada mas foi identificada como uma mulher de meia-idade diagnosticada com HIV em 2013 e com leucemia em 2017. Ela é de raça miscigenada e recebeu um tratamento a partir de sangue do cordão umbilical. Anteriormente, as outras duas pessoas com cura confirmadas se trataram com células tronco.Os resultados da pesquisa foram apresentados na Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas, que ocorreu em Denver, na última semana. De acordo com os cientistas envolvidos no estudo, a utilização de sangue originário de cordões umbilicais é melhor porque esse tipo de sangue está mais disponível do que células tronco adultas. Além disso, a compatibilidade entre doadores e receptores tende a ser maior também. Além do HIV, a paciente curada também havia sido diagnosticada com leucemia e recebeu o sangue para tratar a doença. Desta vez, em vez de procurarem um doador de medúla compatível e com raça e etnia semelhantes às da receptora, os cientistas procuraram alguém apenas parcialmente compatível para doar o sangue do cordão umbilical.A mulher também recebeu transfusão de sangue de parentes para ajudar na resposta imunológica do organismo. Segundo Steven Deeks, especialista em Aids pela Universidade da Califórnia ouvido pelo “New York Times”, o gênero e a raça da mulher curada são importantes porque acredita-se que a infecção do HIV evolua de formas diferentes entre os sexos. “Estas são histórias de inspiração para o campo e talvez o roteiro”, disse ele.Os outros dois pacientes já curados do HIV são homens e receberam um transplante de medula óssea de doadores que tinham uma mutação conhecida por bloquear a infecção pelo vírus. Timothy Ray Brown, conhecido como “o paciente de Berlim”, viveu os últimos 12 anos de sua vida livre do vírus. Em 2020, ele morreu de câncer. Adam Castillejo foi o segundo paciente, identificado apenas em 2019. Diferente dos dois casos, a mulher curada agora teve alta no último dia 17 e não sofreu com intercorrências pós transplante. Os médicos acreditam que a combinação do sangue umbilical do doador com o sangue de parentes tenha ajudado o organismo a se restabelecer. “As células-tronco umbilicais são atraentes. Há algo mágico sobre essas células e algo mágico talvez sobre o sangue do cordão umbilical em geral que oferece um benefício extra”, afirmou o Dr. Deeks.Fonte: Correio Braziliense