O apresentador Fábio Porchat passa por momentos delicados em sua carreira. Desde o último domingo (13), o humorista foi envolvido em uma polêmica após ter viralizado uma cena de um filme de 2017, em que interpretava um vilão pedófilo. No longa, o personagem interpretado por Porchat abusa sexualmente de um adolescente. Nas redes sociais, internautas condenaram as cenas, apontando uma possível apologia à pedofilia.Temendo uma repercussão negativa em sua imagem, a SKY Brasil, empresa de serviços de telecomunicações, enviou o comunicado a todas emissoras de TVs, solicitando o cancelamento da exibição de um comercial que tem Fábio Porchat como garoto-propaganda. As informações foram divulgadas pelo colunista Flávio Ricco, do R7. Vale lembrar, que o comediante é o rosto da marca, tendo estampado diversas campanhas publicitárias da SKY, desde 2016.Em recente entrevista ao jornalista Leo Dias, do Metrópoles, Porchat se pronunciou sobre a polêmica: “Vamos lá: como funciona um filme de ficção? Alguém escreve um roteiro e pessoas são contratadas para atuarem nesse filme. Geralmente o filme tem o mocinho e o vilão. O vilão é um personagem mau. Que faz coisas horríveis. O vilão pode ser um nazista, um racista, um pedófilo, um agressor, pode matar e torturar pessoas”, começou dizendo o apresentador.E continuou relembrando vilões que marcaram a dramaturgia e o cinema brasileiro: “O Marlon Brando interpretou o papel de um mafioso italiano que mandava assassinar pessoas. A Renata Sorah roubou uma criança da maternidade e empurrava pessoas da escada. A Regiane Alves maltratava idosos. Mas era tudo mentira, tá gente? Essas pessoas na vida real não são assim”, rememorou Porchat.Fábio Porchat destacou logo em seguida, que interpretar personagens polêmicos ou vilões não significa fazer apologia aquilo que é interpretado: “Quando o vilão faz coisas horríveis no filme, isso não é apologia ou incentivo àquilo que ele pratica, isso é o mundo perverso daquele personagem sendo revelado. Às vezes é duro de assistir, verdade”, considerou.“Quanto mais bárbaro o ato, mais repugnante. Agora, imagina se por conta disso não pudéssemos mais mostrar nas telas cenas fortes como tráfico de drogas e assassinatos? Não teríamos o excepcional Cidade de Deus? Ou tráfico de crianças em Central do Brasil? Ou a hipocrisia humana em O Auto da Compadecida. Mas ainda bem que é ficção, né? Tudo mentirinha”, finalizou o humorista.Danilo Gentili, roteirista do filme e autor do livro que inspirou o longa, falou sobre a polêmica declarando que está sofrendo perseguição política: “É uma coisa que eu passo desde o governo anterior, mas eu acho que as coisas estão até regredindo um pouco né? Porque no governo anterior, a pergunta que se fazia era: ‘Qual o limite do humor?’, agora já estão fazendo a pergunta ‘Qual o limite da ficção?’, qual vai ser a próxima pergunta a ser feita?”, questionou o apresentador do SBT. Logo em seguida, Danilo Gentili explicou a cena polêmica do filme.“A cena em questão era sobre uma pessoa que se apresenta como um melhor aluno da escola, que seria uma autoridade, pedindo coisas abjetas e absurdas para os alunos que não obedecem ao cara só por ele ser uma autoridade. Então, em momento algum o filme faz apologia à pedofilia, o filme vilaniza a pedofilia! O filme mostra que não é porque a pessoa é diretor, professor, que deve obedecer sem questionar antes, porque nem toda ordem vindo de uma autoridade é genuína”, opinou o comediante em entrevista ao “Morning Show”.Fonte: Em off