

A Rede de Observatórios da Segurança, uma iniciativa que monitora a criminalidade no Brasil, liberou um relatório sobre os dados da violência contra mulheres em cinco estados do país em 2021: São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia e Ceará. As informações divulgadas pelo boletim #ElasVivem revelaram que uma mulher é violentada a cada cinco horas e pelo menos um feminicídio é registrado por dia.
São Paulo ocupa o topo do ranking com 929 casos de violência monitorados, 27% a mais em relação ao ano anterior. Dentre eles, 97 foram estupros, 501 foram agressões e 157 foram feminicídios. Esse último dado se mostrou maior do que o número oficial divulgado pelo governo, que foi 136.
Foram recolhidos dados da violência contra a mulher nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia e Ceará.
O Rio de Janeiro vem logo atrás de São Paulo, apresentando um aumento de 18% nos casos registrados. Dos 375 eventos de violência contra a mulher, 73 se encaixam na categoria de feminicídio. Também foi relatado que pelo menos uma mulher é violentada por dia no estado.
Pernambuco ocupa a terceira colocação, com 91 registros de feminicídio. Ele também é o estado do nordeste com a maior quantidade de casos de violência contra a mulher: 311 no total, segundo a pesquisa. A Bahia está na quarta posição do ranking, somando 66 mulheres assassinadas apenas por serem mulheres. Entre os registros gerais, o estado apresentou uma queda de 31% no número de casos violentos contra o gênero feminino.
O número de tipos de violência é maior que o de casos, porque mais de um tipo de violência pode ser praticado contra a vítima em um único episódio.
Dos 160 casos de violência contra a mulher registrados no Ceará, 22 se enquadram como feminicídio. Apesar de ter apresentado queda de 20% nos casos gerais, é o estado com o maior número de transfeminicídios dentre os cinco monitorados. De acordo com a pesquisa, 11 mulheres trans foram assassinadas somente por serem quem são, sendo uma delas Keron Ravach, a vítima mais jovem de transfobia no Brasil, morta aos 13 anos. – País que mais mata trans, Brasil teve 80 assassinatos transfóbicos no 1º semestre de 2021 É importante lembrar que todos os dados foram recolhidos de forma independente pela Rede de Observatórios da Segurança. Para isso, a equipe do projeto monitorou diariamente as redes sociais e as páginas de veículos de imprensa, coletando informações e categorizando os crimes separadamente.
Fonte: Hypeness