

10 anos se passaram desde que a “TV Globinho” deixou a programação diária da Globo em 2012 após uma reformulação de grade promovida pelos executivos da emissora. Fátima Bernardes, que recentemente havia deixado a bancada do “Jornal Nacional”, foi a grande aposta da empresa para aumentar a audiência e, consequentemente, o faturamento. Por ter sido escolhida para a missão que culminou no fim do infantil, a apresentadora é cobrada até os dias de hoje.
Em conversa com Paulo Vieira no “Encontro” desta terça-feira (03), a nova apresentadora do “The Voice” desabafou sobre críticas e cobranças que recebe dos fãs da extinta atração. Os desenhos animados e séries como, por exemplo, “Dragon Ball”, “Caverna do Dragão”, “Três Espiãs Demais”, “As Aventuras de Jackie Chan”, “Digimon” e “Hamtaro”, animaram as manhãs de crianças nos anos 2000.
“A decisão de acabar com a ‘TV Globinho’ foi para eles [crianças] parar de assistir desenhos e ir estudar?”, quis saber o humorista, que criou uma versão adaptada do quadro “Big Terapia”, do “BBB22”, na atração matinal comandada pela mãe dos trigêmeos Laura, Vinícius e Beatriz Bonemer. Sem fugir do questionamento, a veterana criticou os questionamentos de fãs sobre a descontinuidade do programa infantil.
“Eu respondo isso até hoje. Eu dei uma aposentadoria pro Bob Esponja, tá lá descansando muito antes de mim. Eu tô aqui carregando saco e areia. Até hoje as pessoas falam, às vezes umas pessoas de 30 anos falam pra mim ‘e a TV Globinho?’, eu falo: ‘pelo amor de Deus! Você não via mais [o programa] há dez anos. Eu tenho queixa de brincadeira [dessas pessoas]”, desabafou Fátima Bernardes.
A TV Globinho foi exibida entre 2000 e 2015, tendo sendo fim diário decretado em 2011. O programa infantil ganhou edições aos sábados na atual faixa do “É De Casa”, mas deixou a grade quatro anos depois. Em declarações dadas ao Estadão, a apresentadora explicou como se deu a decisão de colocar o “Encontro” em um horário então ocupado por desenhos infantis.
“Quando sugeri o horário da TV Globinho foi porque eu fiz uma análise da manhã da Globo. A gente começava com o telejornal local, pra adulto, o telejornal de rede, Bom Dia Brasil, pra adulto, o Mais Você, pra adulto, o programa de saúde, Bem-Estar, pra adulto. Onde você acha que estavam as crianças até essa hora? Não estavam ali né?”.
“A programação infantil, com o grande número de TV a cabo, gadgets, tablets, foi ficando muito enfraquecida. Achava que havia ali um buraco que poderia ser preenchido por uma programação adulta. Hoje juro que penso em vocês [crianças]. Penso em pautas quando é feriadão, um dia diferente, que podem estar em casa”.
Fonte: Em off