O aumento cada vez mais intenso e descontrolado da inflação no Brasil ao longos dos últimos 5 anos fez com que o poder de compra do Real se desvalorizasse em 31,32%: o efeito da perda de valor da moeda se agrava diante do fato do aumento no salário-mínimo não acompanhou de fato o aumento do preço dos alimentos. Compreendendo o último ano do governo Temer, em 2018, até quase todo o primeiro mandato do Governo Bolsonaro. em 2018, o período foi marcado por uma inflação que saltou de 3,75%, em 2018 para 10,06% no ano passado, chegando a 11,30% nos últimos 12 meses.Segundo cálculo publicado em reportagem do G1, o valor em poder de compra de R$ 50 em 2018 é equivalente ao custo de R$ 63,79 atuais, em aumento que consome, especialmente entre as classes mais pobres, boa parte das rendas familiares – principalmente pela alta no preço dos alimentos e do gás de cozinha. De acordo com a reportagem, em pelo menos 11 capitais o custo da cesta básica equivale a metade do salário-mínimo calculado em março de 2022. Para as famílias de rendas mais altas, a diferença de preço é sentida principalmente a partir do aumento da gasolina, impactando diretamente no custo de transporte.Os poucos ajustes salariais no período, e o aumento abaixo da flutuação no preço dos alimentos, faz com que a população brasileira sinta especialmente a inflação no período: enquanto o aumento salarial acompanhou a inflação do ano passado, ficando em 10,06%, o aumento dos itens da mesa brasileira alcançou 14,8% em março de 2022. Os dados são do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), e foram publicados em matéria da CNN, que comparou os preços de sete itens essenciais presentes na maioria das refeições: arroz, feijão, farinha de trigo, açúcar e carne bovina, calculados em medidas de 1kg, e ainda 900ml de óleo de soja e 500g de café.De acordo com a reportagem, a média de preço desse grupo de alimentos em março de 2021 somava R$ 83,05: em 2022, o valor dos sete alimentos somados chegou a R$ 95,38. De todos os alimentos estudados a partir dos dados do Dieese, somente o arroz teve o preço reduzido no período – de R$ 4,53 para R$ 3,84 em média no quilo. O óleo de soja apresentou aumento de 24,1%, e o açúcar chegou a uma diferença maior de 46%. O aumento acima da inflação nos itens industrializados citados também é visto em diversos produtos vendidos in natura, como legumes, folhas e frutas, com a cenoura como um dos exemplos mais extremos, apresentando alta de 166,17% no último ano.Fonte: Hypeness