

Uma pesquisa recente concluiu que quem vai dormir entre 22h e 23h e dorme por ao menos 7 horas reduz consideravelmente o risco de doenças cardíacas e outros problemas de saúde relacionados. A conclusão vem de estudo realizado em 2021 pela Sociedade Europeia de Cardiologia, e reitera o conhecimento de que a qualidade do nosso sono é diretamente proporcional à qualidade de nossa saúde. A pesquisa foi realizada a partir de dados de mais de 88 mil pessoas 58% delas mulheres, entre 37 e 73 anos. por um período de 5 a 7 anos, no Reino Unido.
Intitulado “Bedtime linked with heart health” (“Hora de dormir ligada à saúde cardíaca”, em tradução livre) e publicado na revista Science Daily, o estudo confirma que quem vai dormir uma hora depois desse horário ideal – indo se deitar entre 23h e meia-noite – já eleva em 12% os riscos de desenvolver algum tipo de doença cardíaca. O quadro se amplia com o passar das horas: quem dorme após meia-noite enfrenta riscos até 25% maiores. Curiosamente, quem se deita cedo demais também pode desenvolver problemas de saúde: as chances são 24% mais altas entre quem vai dormir antes das 22h.
“O corpo possui um relógio interno de 24 horas, que chamamos de ‘ritmo circadiano’, e que ajuda a regular nossas funções físicas e mentais”, explica David Plans, neurocientista da Universidade de Exeter, no Reino Unido, e principal autor do estudo. “Apesar de não podermos concluir a causalidade de nosso estudo, os resultados sugerem que dormir cedo ou tarde demais pode alterar mais nosso relógio corporal, o que traz consequências negativas à nossa saúde cardiovascular”, diz o médico e pesquisador, em resultados que se afirmam para além de outros fatores de risco ou características do sono.
Diferenças culturais são levadas em consideração pelo estudo para determinar os melhores padrões de sono em relação a cada país, por exemplo. O estudo diferencia, por exemplo, o hábito das famílias inglesas de jantarem especialmente cedo, com relação aos espanhóis, que costumam jantar e dormir mais tarde. Assim, novos e mais amplos estudos se fazem necessários, mas os resultados servem como importantes padrões de pesquisa a serem aplicados sobre culturas diferentes. “Se nossas descobertas forem confirmadas por outros estudos, a hora de dormir e a higiene do sono podem ser alvos baratos para políticas públicas de saúde, a fim de reduzir o risco de problemas cardíacos”, afirma Plans.
Fonte : Hypeness