A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apresentou, nesta quarta-feira (6/7), os resultados do Relatório de Análise de Impacto Regulatório (AIR) sobre cigarros eletrônicos. O documento propõe a manutenção da proibição ao comércio, à importação e à propaganda dos dispositivos eletrônicos, conforme estabelece a Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 46, em vigor no Brasil desde 2009.Na conclusão, o estudo ressalta que não há evidências científicas que comprovem benefícios do cigarro eletrônico no tratamento contra o tabagismo, nem que esses produtos sejam menos danosos à saúde que o cigarro convencional. Pelo contrário: há indícios de que esses dispositivos causam mais dependência, além de funcionarem como uma porta de entrada para crianças, adolescentes e adultos jovens ao tabagismo.O relatório também chama atenção para falta de estudos sobre os impactos desses produtos, a médio e longo prazo, na saúde de quem os consome. O texto está em votação pela diretoria colegiada do órgão. Até o momento, três executivos se manifestaram a favor da proibição.O documento sugere ainda a ampliação da norma, para dispor sobre campanhas de combate ao tabagismo e definir ações de fiscalização do comércio ilegal.O AIR, elaborado pela Gerência-Geral de Registro e Fiscalização de Produtos Fumígenos, derivados ou não do Tabaco (GGTAB), avalia os impactos da regulação e serve para subsidiar a tomada de decisões sobre o tema. O estudo integra o processo de revisão da RDC nº 46.Voto
Durante a votação, Cristiane Jourdan, diretora responsável pelo setor da Anvisa que regula a indústria do tabaco, afastou a possibilidade de autorizar a venda do dispositivo no país.“Ainda que a regulamentação fosse alterada para detalhar as regras sobre os registros dos DEFs [dispositivos eletrônicos para fumar], poderia colocar em risco a saúde da população, principalmente crianças e adolescentes”, opinou.Jourdan classificou a decisão de liberar o cigarro eletrônico como “tecnicamente inviável e potencialmente lesiva à saúde”.Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.Fonte: Metrópoles