O presidente Jair Bolsonaro (PL) contou a apoiadores que em 2017 tirou uma foto junto ao militante petista Marcelo Arruda (imagem em destaque), morto no último sábado (9/7) por um apoiador do chefe do Executivo, e que ouviu dele um pedido por um voto na Câmara – que teria sido atendido.Bolsonaro repercutiu com militantes que o esperavam na saída do Palácio da Alvorada nesta quarta-feira (13/7) críticas que recebeu por ligar, três dias após o crime, para irmãos bolsonaristas de Marcelo Arruda, e pedir a eles que falassem com a imprensa para tentar impedir o uso político do episódio.“Eu conversei com dois irmãos. Os dois irmãos são eleitores nossos, simpatizantes, e o outro irmão era de esquerda. Tudo bem”, disse Bolsonaro, em vídeo divulgado por um canal que o apoia.“Por coincidência, resgatamos uma foto agora, de 2017, eu com o irmão deles que morreu. Que inclusive ele pediu pra mim… eu não lembrava, né… [pediu] que eu votasse algo com eles e eu votei. Votei a favor desse petista”, disse Bolsonaro, dando a entender que seria uma pauta da categoria de Arruda, que era guarda municipal em Foz do Iguaçu (PR), mas sem especificar.Reclamando por a imprensa ter chamado a atenção para a falta de palavras de apoio do presidente para a viúva de Marcelo Arruda, Pâmela Suellen Silva, que também é apoiadora do PT, Bolsonaro disse: “O Otoni [deputado Otoni de Paula] foi lá e conversou com dois irmãos. Se a viúva estivesse lá, eu conversava com ela também”, disse o presidente.“A gente lamenta. Pra mim, não justifica o que aconteceu ali… a motivação, uma briga do nada. Infelizmente uma morte, o outro tá no hospital”, conclui o presidente.A víuva Pâmela Suellen Silva, que é policial civil, afirmou que vê tentativa de uso político da tragédia pelo presidente.“Acredito que Bolsonaro está preocupado com a repercussão política, porque, tanto no vídeo que fez no cercadinho, como no que conversa com os irmãos do Marcelo, Bolsonaro diz que estão tentando colocar a culpa nele”, afirmou Pâmela à coluna da jornalista Bela Megale.Ela contou que soube da ligação do presidente aos irmãos de seu marido somente quando recebeu um vídeo da conversa. Ela diz que não foi convidada e não recebeu nenhum contato de Bolsonaro ou do governo lhe prestando solidariedade.Leonardo Miranda de Arruda, filho de Marcelo, também falou sobre o episódio. “Se falou muito em polarização política, mas tem muitas pessoas ligadas ao presidente que estão fazendo campanha através disso”, lamentou ele, em entrevista à Globo News.“No fim das contas, a gente só quer paz. A gente só quer que esse ódio todo acabe, só quer justiça pelo meu pai”, pediu.Fonte: Metrópoles