Nesta última quarta-feira (6) Walter Casagrande anunciou sua saída da Rede Globo após longínquos 25 anos como comentarista esportivo na emissora dos Marinho. Pegando a todos de surpresa, Casagrande definiu a experiência de sua saída da emissora como um “alívio para os dois lados”. Já na manhã desta quinta-feira (7), o ex-futebolista concedeu uma entrevista ao UOL, e deu mais detalhes sobre sua saída da Globo e o que teria motivado a sua saída.
Segundo Casagrande, as emissoras estão muito pautadas em assuntos banais e escoradas nos assuntos que repercutem na internet. Este “mau hábito” dos canais de televisão, principalmente da Rede Globo onde trabalhou por mais de duas décadas, acabou se tornando um grande problema para o comentarista, que gosta de se posicionar sobre assuntos relevantes, como homofobia, racismo, estupro e polêmicas envolvendo o esporte.
“As coisas mudam, as emissoras ficam pautadas no que acontecem nas redes sociais. [Elas] estão muito preocupadas com seguidores, e isso não faz parte do meu perfil, gosto de me posicionar sobre as polêmicas envolvendo o esporte, racismo, homofobia, estupro. Esses assuntos se perderam para assuntos banais”, iniciou
“Não só a Globo, o mundo se perdeu. Comecei a dar minhas visões, mas não tinha mais eco lá dentro, o eco era fora só. Externamente se falava muito. No final, criou um afastamento. As pessoas não são obrigadas a se posicionar, mas isso é uma coisa minha. Me senti deslocado, isolado”, contou Casagrande aos entrevistadores.
Casagrande também cobrou um posicionamento mais firme de jogadores de futebol famosos. Em meio ao caos nacional, onde milhares de pessoas passam fome e não tem o mínimo para se viver, o comentarista acredita que os jogadores precisam usar mais seus poderes de influência para ajudar a mudar a situação do país. “O povo está passando fome. A realidade não é o iate, e isso me incomoda”, criticou.
Fonte: Em off