Goiânia – Um homem está preso por suspeita de ter matado a esposa e o filho, de dois anos e seis meses, e ter incendiado os corpos dentro da casa da família, para acobertar o crime. O caso aconteceu em São Domingos, na região nordeste de Goiás, em 21 de maio deste ano.
Os corpos de Eliete Carvalho de Jesus, de 30 anos, e de seu bebê, Davi Carvalho da Silva, foram encontrados carbonizados, embaixo dos escombros do teto da casa, que cedeu. Marido e pai das vítimas, Marcelo Alves da Silva estava realizando um trabalho com o sogro em uma fazenda, quando os vizinhos perceberam as chamas.
Eliete e Davi teriam ficado dormindo em um colchão na sala da casa, mesmo local onde foram encontrados mortos. No entanto, os corpos estavam separados alguns metros, o que chamou a atenção da perícia, já que em casos de incêndio, a mãe costuma ser encontrada junto do filho, na tentativa de proteção.
Mas o que mais surpreendeu da perícia foi uma faca que estava cravada no pescoço da mulher. Com isso, o caso começou a ser tratado como homicídio.
Nervosismo e frieza
Outros pontos que chamaram a atenção da perícia foi a falta de sinais de que a casa tenha sido invadida. Nada foi roubado ou revirado. A residência da família era cercada por muros e tinha um cachorro bravo, que inclusive atrapalhou no combate ao incêndio, já que alguns vizinhos tiveram medo de entrar no local de imediato.
Marcelo chegou a dizer para familiares e amigos da vítima que o incêndio deveria ter sido causado por um carregador que estava na tomada. No entanto, a perícia descartou que o incêndio tenha sido causado por isso.
Em depoimentos para a delegada Lucilene Guimarães, familiares estranharam o nervosismo e frieza de Marcelo no dia do incêndio e durante o velório. Além disso, um dia após o enterro ele já teria demonstrado interesse em sacar o dinheiro da conta da esposa. Ela tinha R$ 13 mil na conta bancária.
No quintal da casa foi encontrada uma garrafa pet com um líquido com odor de gasolina. O exame no corpo de Eliete confirmou que a causa da morte foi a facada. As vias aéreas dela estavam preservadas, o que demonstra que ela não inspirou a fuligem do incêndio. Não foi possível constatar a causa da morte da criança, por causa do estado do corpo.
Marcelo foi indiciado por feminicídio, homicídio qualificado, destruição de cadáver e incêndio. A reportagem tenta contato com a defesa dele. Em depoimento, ele negou os homicídios e disse não saber o motivo de ter uma faca cravada no pescoço da vítima.
A polícia não indicou qual seria a principal motivação do crime.
Fonte: Metrópoles