São Paulo – A mulher de 23 anos que foi resgatada após ser mantida por meses em cárcere privado pelo marido, Luiz Sergio do Nascimento Botão, de 64 anos, afirmou que o pedido de ajuda por meio de um bilhete veio após o marido ter lhe ameaçado.Na mensagem à vizinha, ela disse que estava presa dentro de casa com as duas crianças, pediu para chamar a polícia e disse que corria risco de morte.À TV TEM, ela relatou os momentos que antecederam o pedido de socorro: “Ele me deu quatro tapas na cara, me chamou de ‘vagabunda’, ‘vadia’, olhou no relógio e viu que estava atrasado para trabalhar. Depois falou: ‘quando eu chegar, durante a noite eu te mato. Se prepara”, disse. A mulher relatou que o marido era extremamente ciumento e, por isso, a agredia e a ameaçava sem qualquer motivo.Em depoimento, a vítima afirmou que o marido saía para trabalhar, deixava as portas abertas, só encostadas, e levava a chave do portão. Segundo a mulher, através das câmeras de segurança, ele ficava acompanhando aonde ela ia. A jovem também só podia sair na rua acompanhada da irmã dele ou dele.“Eu estava presa dentro da minha própria casa. Meu marido tem muito ataque de ciúme e estava me matando por isso. Ele tinha ciúme de qualquer homem que ele via.”O casoA mulher afirmou que após a ameaça decidiu procurar alguma forma de escapar. Ela era mantida presa com duas crianças em uma casa de muro alto, cinco câmeras de segurança e janelas trancadas com grades.A vítima decidiu buscar ajuda dos vizinhos, já que ela não tinha celular ou telefone em casa. Em um bilhete, escreveu: “Oi, sou sua vizinha. Tô presa dentro de casa com duas crianças. Pode chamar a polícia para mim? Tô correndo risco de morte”, e jogou pela janela.A empregada da casa ao lado encontrou o bilhete e acionou a polícia. Ao chegar ao local, a PM resgatou a mulher e duas crianças, uma de 2 e uma de 7 anos, que foram encaminhadas a um abrigo de proteção.Luiz Sergio do Nascimento Botão foi preso em flagrante, acusado de cárcere privado, violência doméstica e ameaça. Ele permanece preso à disposição da Justiça.“Agora meu maior desejo é ter paz, poder deitar sem me preocupar com o amanhã. Poder me sentir segura, sem ter medo, sem achar que toda hora alguém vai estar atrás de você ou não”, finalizou a vítima.Fonte: Metrópoles