Por trás da fumaça característica do cigarro, há uma série de doenças que podem ser causadas pelo uso desenfreado da nicotina. Problemas respiratórios e cardiovasculares, além do Acidente Vascular Cerebral (AVC) estão entre as doenças que mais atingem a vida de quem faz uso do cigarro de maneira desenfreada.Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), apontam que o tabagismo é responsável por matar aproximadamente oito milhões de pessoas por ano no mundo. Porém, mesmo diante de um cenário de mortes e doenças, ainda há milhares de pessoas que fazem uso do cigarro ou que sentem dificuldade de largar o vício.Um dos maiores medos de quem pretende parar de fumar é em relação aos hábitos alimentares. Há relatos de pessoas que viram o peso da balança subir ao largarem o cigarro. Isso ocorre porque, na maioria das vezes, o fumante deixa o vício e passa a depositar a abstinência em outra situação isolada, como é o caso da comida.Um estudo publicado no Journal of Drug and Alcohol Dependence procurou explicar a relação entre pessoas que deixaram o vício do cigarro e o aumento no consumo de comidas gordurosas.“As descobertas apontam para o sistema opioide, as funções cerebrais responsáveis pela compulsão alimentar e regulação do apetite, como uma possível causa para a preferência do fumante por alimentos altamente calóricos e com alta densidade energética durante a abstinência da nicotina. Isso pode levar ao ganho de peso, que, por sua vez, pode aumentar o risco de recaída”, afirma a médica nutróloga Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).Ao juntar um grupo de participantes fumantes e não fumantes com idades entre 18 e 75 anos em duas sessões de laboratório, o estudo constatou que os indivíduos submetidos à abstinência de nicotina consumiram mais calorias do que os não fumantes.Segundo Marcella, o estresse causado pela dependência do cigarro pode estar ligado ao consumo desses alimentos. ”As descobertas do estudo podem estar relacionadas ao uso de alimentos, especialmente aqueles ricos em calorias, para lidar com o afeto negativo e a angústia que caracterizam os sentimentos que as pessoas experimentam durante a abstinência de fumar. Resultados de pesquisas pré-clínicas e clínicas apoiam isso e demonstram que o estresse aumenta a propensão para alimentos ricos em gordura e açúcar”, explica.Dessa forma, é cada vez mais importante que o processo de parar de fumar seja feito com um acompanhamento médico especializado. O indivíduo deverá encontrar formas de lidar com a abstinência por meio de outras atividades que agreguem bem-estar.Leia a reportagem completa no Saúde em Dia, parceiro do Metrópoles.Fonte: Metrópoles