Um estudo feito por pesquisadores da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, publicado pelo Colégio Americano de Cardiologia, concluiu que a gordura subcutânea, possível causadora de celulite, não faz necessariamente mal à saúde. Eles afirmam que os problemas no coração são causados, mesmo em pessoas magras, pela gordura armazenada dentro do músculo.O excesso de peso pode causar diversos tipos de problemas, como o câncer, pressão alta, diabetes e depressão. Mas a conclusão do estudo é que o número na balança não é o mais importante quando se trata de doenças cardíacas. O que realmente determina o risco do indivíduo desenvolver uma comorbidade é o local onde a gordura se acumula.Segundo os especialistas, a gordura subcutânea, aquela que a pessoa consegue beliscar, é a menos preocupante, ainda mais se não estiver em excesso. Em contrapartida, a que se acumula dentro dos músculos está metabolicamente ativa, ou seja, ela induz um estado inflamatório, possibilitando maiores chances de desenvolver uma doença.O estudo foi realizado com mais de duas mil pessoas entre 70 a 79 anos de idade nos Estados Unidos, sendo 48% homens e 40% negros. Elas foram acompanhadas pelos pesquisadores ao longo de 12 anos, e os cientistas usaram o músculo da coxa para avaliar a presença de gordura.Segundo os cientistas, os voluntários que apresentavam índice de gordura intramuscular maior tinham risco de desenvolver doenças no coração 34% mais alto do que o normal. A gordura que fica ao redor do músculo não fez diferença nas chances de ter problemas cardíacos.Localização faz a diferença
O tipo de gordura considerado mais perigoso pelos pesquisadores é o visceral, que se acumula na área do abdômen. Ele costuma causar mais doença quando em excesso por ser metabolicamente ativo, e o sistema imunológico o enxerga como um invasor — por isso, o corpo se defende com a mesma potência que usaria para reagir a um agente externo.De acordo com os pesquisadores, as mulheres costumam ser mais protegidas do acúmulo de gordura na região do abdômen por conta dos hormônios, que tendem a direcionar a substância para os quadris e nas coxas, onde é menos metabolicamente ativa e, por isso, é considerada mais benigna. Depois da menopausa, esse efeito protetor costuma ser reduzido.Fonte: Metrópoles